Comédia dramática, Curtinhas do Leleco, Filmes

CurtinhasdoLeleco #154 – Anora (2024)

anora

• A arte da impulsividade

A jovem Ani trabalha como stripper e vê a sua vida mudar totalmente quando se envolve com Ivan, filho de dois bilionários russos que não aprovam o relacionamento e prometem acabar com aquilo.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, Anora é um dos filmes mais badalados da temporada de premiações. Dirigida por Sean Baker e protagonizada por Mikey Madison, a produção se destaca em praticamente todas as suas frentes. No campo das atuações, a interpretação da atriz principal chama a atenção de maneira positiva (e acho que ela deve ter precisado trocar suas cordas vocais depois das gravações, viu).

O filme demora um pouco a chegar ao seu destino e pode parecer que não tem tanto assim a dizer. Porém, a partir do momento em que surge o primeiro grande conflito, o enredo não para de surpreender. Quando parecia que seguiria por um rumo familiar de ascensão e queda, em uma aparente história de amor fracassada, Anora de repente vai pra um caminho que eu não esperava e qualquer traço de previsibilidade é dispersado pelos berros e ações intempestivas dos personagens.

Algo que eu gostei muito em Anora é como o filme consegue refletir, nas cenas, os sentimentos da protagonista. Quando ela se sente eufórica, sentimos aquilo junto. Quando está cansada, a mesma coisa. É como se estivéssemos dentro do corpo da personagem que dá nome ao longa. Isso nos ajuda a entendê-la com mais profundidade e até se afeiçoar a ela.

Além disso, é um filme espirituoso e engraçado. Parte desses méritos pertence a um roteiro muito bem escrito, mas outra parte é graças ao elenco. Afinal de contas, bons diálogos só funcionam através de bons atores; os dois elementos precisam estar em sintonia, e Sean Baker consegue alcançar esse objetivo com tranquilidade.

Anora possui uma ambiguidade charmosa que compõe uma experiência intensa e divertida, com o lado cômico e o dramático bem equilibrados. É um filme muito legal do começo ao fim, que muda tanto de figura ao longo da duração que fica difícil saber qual será o passo seguinte, ainda que a gente tenha uma ideia de como aquilo tudo vai terminar.

Se beber…

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).