• Plena reabilitação

Um grupo de detentos do presídio de Sing Sing utiliza o teatro como escape e se prepara pra apresentação de uma peça de comédia.

Colman Domingo é um dos meus atores favoritos da atualidade. A energia que ele traz sempre que tá presente é muito única; às vezes, eu vejo algo só por causa dele. Esse carisma é um dos motivos pelos quais Sing Sing tem tanto coração, mas tá longe de ser uma das únicas razões.

No enredo, acompanhamos detentos de um presídio de segurança máxima que, diante da falta de liberdade e da sensação constante de desalento, encontram na arte um motivo pra seguir lutando todos os dias. Mesmo diante de curvas dramáticas que esbarram no fundo do poço, Sing Sing jamais abandona o sentimento de esperança e fez com que eu ficasse com um sorriso no rosto durante toda a duração.

O filme em si já é muito bom, mas fica ainda melhor quando acaba. “Como assim?”, você me pergunta. Bom, o elenco é quase inteiramente formado por ex-presidiários que fizeram parte de grupos artísticos enquanto cumpriam pena. Inclusive, a produção fez questão de que todos os atores recebessem o mesmo salário e a mesma porcentagem de lucros com Sing Sing. Eu havia gostado muito do filme após o fim do último ato, mas ele ganhou mais pontos comigo a partir do momento em que descobri essas outras curiosidades.

E não só ele é um filme importante na questão da reabilitação e de dar oportunidades pra pessoas marginalizadas, como também reúne ótimas interpretações. É difícil escolher um único nome que se destaca na atuação, mas Colman Domingo e Clarence Maclin lideram a lista. A direção de Greg Kwedar é leve e fluida, e o roteiro é muito bem escrito.

Sing Sing é uma prova viva de que a arte é capaz de mudar o mundo e recuperar o que já havia sido descartado. É uma história bonita e sensível sobre a vulnerabilidade humana, sobretudo a incapacidade masculina de demonstrar sentimentos, e evidencia como a liberdade, seja ela literal ou metafórica, é essencial pra que se alcance a dignidade.

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?