Curtinhas do Leleco, Suspense/Thriller

CurtinhasdoLeleco #122 – O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)

o sacrifício do cervo sagrado

• Exame de rotina

Steven, um cardiologista, leva uma vida monótona e funcional ao lado da esposa e dos dois filhos. Tudo muda quando Martin, um adolescente perturbado, começa a demonstrar uma certa obsessão pela família.

Esse é um filme difícil de analisar. Yorgos Lanthimos, diretor de Pobres Criaturas e O Lagosta, tem uma queda por histórias fora de caixa, mas o seu trabalho mais desconfortável talvez esteja aqui em O Sacrifício do Cervo Sagrado.

Desde a primeira cena, já dá pra notar que este não é um filme comum. Durante quase uma hora, a trama não dá muitas pistas do que realmente tá acontecendo ali. É óbvio que há algo de errado e que possui relação com o passado recente de Steven, mas os detalhes ficam ocultos. Mais ou menos na metade do longa, temos uma noção maior do conflito por trás daquilo tudo, e as coisas vão ficando cada vez mais intrigantes.

As atuações têm uma particularidade muito grande. Colin Farrell dá vida a um personagem letárgico, Nicole Kidman parece estar pisando em ovos o tempo todo e Barry Keoghan é indecifrável e inquietante, isso falando só do trio principal. A trilha sonora ajuda a criar um clima de mistério gradativo e a fotografia contribui pra sensação de agonia.

Eu acredito que O Sacrifício do Cervo Sagrado perde um pouco o foco nos minutos que antecedem a reta final, fazendo com que as novidades do segundo ato avancem mais devagar do que o imaginado. É como se o enredo fosse um gráfico que estivesse subindo e, quando alcança o ápice, volta a descer antes de subir de novo. O desfecho é surpreendente (embora eu entenda quem possa achar frustrante) e capaz de gerar muita discussão após os créditos.

O Sacrifício do Cervo Sagrado não é um filme que eu recomendaria pra qualquer um. Não porque ele seja ruim, bem longe disso, mas é menos palatável do que a maioria de nós tá acostumado. Se você curte histórias metafóricas, enigmáticas e com uma boa dose de esquisitice, fica a dica. Se você preferir tramas mais convencionais, acho que ainda assim vale a pena dar uma chance pra uma experiência diferente como essa.

Oi, tum, tum, bate, coração, oi, tum

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).