• Egoísmo ou liberdade?
Antes dos eventos do primeiro filme, os prisioneiros do poço desenvolvem um sistema de leis pra promover um repartimento mais igualitário dos alimentos, mas o excesso de regras começa a desenhar uma espécie de guerra civil.
A primeira meia hora de O Poço 2 é surpreendentemente boa. Fui assistir com uma certa dose de desconfiança por não achar que era uma história que necessitava de continuação; parecia muito mais uma vontade de surfar na onda de sucesso do seu antecessor. Mas, ao contrário do que eu esperava, o roteiro faz um bom trabalho ao inserir uma dinâmica diferente dentro daquela prisão.
Porém, há um ponto-chave em que a trama se perde. Infelizmente, não posso explicitar qual é esse momento porque seria um baita de um spoiler. O que importa é que, depois disso, o filme degringola que é uma beleza. A trama, que antes tinha sido capaz de desenvolver algo diferente em meio a um mesmo contexto, se torna bagunçada, repetitiva e até mesmo confusa.
Os personagens fazem parte desse problema. No primeiro, tínhamos o protagonismo claro de Goreng desde o início. No segundo, o filme dá a entender que terá dois protagonistas e o seu enredo se desenrola a partir disso, mas as coisas mudam de rumo e a narrativa falha ao não estabelecer uma figura central que comande a história sem perder o pique.
Além disso, o filme busca referenciar com muita frequência o original. Quando isso é feito de forma sutil, funciona. Em outros casos, passa do ponto. Após o começo promissor, a obra passa a ter dificuldades de criar a sua própria identidade.
A grande questão de O Poço 2 é que ele fica no meio do caminho. O longa não responde as perguntas que haviam ficado em aberto, cria novos questionamentos e não sabe o que fazer com eles, gerando uma salada mista que fica em algum lugar entre o literal e o metafórico, sem conseguir ser bem-sucedido em nenhum dos campos.
O Poço 2 tenta sair da sombra do primeiro e é capaz de justificar a própria existência durante metade de sua duração, mas acaba se perdendo e apresenta uma história desorganizada e com um comentário social bem menos inspirado.

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