• Questão de autoconfiança
Edward sofre constantes rejeições da sociedade por causa do aspecto de seu rosto. Após passar por um procedimento, ele transforma sua aparência e vê novas oportunidades surgirem. Porém, a presença de outro homem chamado Oswald o faz questionar as próprias decisões.
Um Homem Diferente faz jus ao nome e é um filme pra lá de diferente. A primeira hora pode até não parecer, mas a segunda metade é totalmente imprevisível e eu não pude deixar de observar várias semelhanças com A Substância, que trabalha com temas parecidos e também navega pelas águas do absurdo em seu último ato.
As atuações são um ponto forte da produção. Sebastian Stan pra mim tá melhor neste filme do que em O Aprendiz, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. No Globo de Ouro, ele venceu justamente por seu trabalho em Um Homem Diferente. Eu considero uma interpretação mais cheia de nuances e complexa de se fazer, pois Edward passa por diversas provações e lida com sentimentos mais conflitantes ao longo da duração.
Além de Sebastian Stan, outro destaque positivo é Adam Pearson, que renova a vida do filme quando ele começa a baixar o ritmo. A partir de sua primeira aparição, a história muda e o enredo se fortalece, ganhando novas cores. Ele passa quase a ser o personagem principal e transforma Edward em uma espécie de vilão, enquanto Oswald é tratado quase como um herói devido ao seu carisma fácil.
A trilha sonora é outro grande acerto. Eu fiquei com as músicas na cabeça por muito tempo depois de assistir ao filme. Estou escrevendo essa crítica dois dias depois de assistir, e o ritmo da trilha ainda segue comigo. A ótima maquiagem de Um Homem Diferente também vale a menção, e a fotografia acinzentada ajuda a dar a sensação de que o protagonista continua meio perdido, mesmo depois de tantas mudanças.
Um Homem Diferente poderia ter sido insensível e até desrespeitoso, mas trabalha muito bem a repulsa humana por tudo que foge do habitual. Além disso, ainda dá um recado de que a autoconfiança pode ser uma arma poderosa nessa briga. É um grande filme, com excelentes atuações e uma narrativa que se recusa a ser água com açúcar.
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