• Segredos perturbadores
Dinamarca, reta final da Primeira Guerra Mundial. Uma mulher engravida e precisa lidar com o destino de seu bebê sozinha. A partir daí, sua vida se entrelaça com a da dona de um local clandestino de adoção.
A Garota da Agulha é um filme perturbador. Ele tá a um passo de entrar no gênero do terror, e não acho loucura avaliá-lo dessa forma. No entanto, o contexto dramático dele também é bastante presente, e é o elemento que comanda as ações na maior parte do tempo.
Alguns acontecimentos não são fáceis de digerir. O primeiro ato é relativamente tranquilo, no sentido de que não é algo tão incômodo de assistir. À medida que a história avança, o filme deixa claro que não tem receio de explicitar os horrores que deseja mostrar. Todos os temas giram em torno da feminilidade – se as mulheres continuam sofrendo hoje, imagina há mais de 100 anos?
A fotografia em preto e branco dá a sensação de que estamos vendo algo arcaico, o que contribui para o sentimento de aflição de épocas passadas. A Garota da Agulha coloca a gente imediatamente naquele universo e vai desenrolando um evento atrás do outro, como se fossem pequenas histórias. Isso me deixou até meio intrigado a respeito de qual seria o assunto principal, até eu perceber que era essa questão de como a sociedade trata as mulheres (e as consequências nefastas disso).
O filme tem um momento-chave que eleva o choque à máxima potência, e olha que não são poucos os momentos de abalo. Após essa sequência, o ritmo é quebrado por longos minutos e eu senti a minha mente começar a vagar depois do impacto inicial. Na reta final, a produção se reencontra e termina com um último grito de agonia, embora pontuado por uma certa dose de esperança.
A Garota da Agulha não é pra quem tem estômago fraco. Ele explora o que há de pior no ser humano e é o tipo de filme que permanece na memória muito tempo depois de ter acabado, com interpretações fortes e um enredo altamente angustiante.

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