Drama, Filmes

CurtinhasdoLeleco #176 – O Brutalista (2024)

o brutalista

• Eterna construção

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o húngaro Lászlo Tóth tenta reconstruir a vida nos EUA. No início, as coisas não saem como planejado, mas tudo muda quando ele ganha a chance de exercer seu ofício de arquiteto.

O Brutalista é um tributo ao cinema antigo, desde o jeito que é filmado à maneira como opta por contar sua história. A longa duração de 3h35 contribui pra que seja criada aquela sensação de algo épico. Há até um intervalo de 15 minutos nas sessões de cinema, algo que eu não via há muito tempo.

Tecnicamente, o filme é impecável. Com um orçamento estimado de US$ 10 milhões, um número baixo pros padrões atuais, o aspecto audiovisual é belíssimo. A trilha sonora é discreta, mas sabe brilhar quando convocada. A fotografia não faz tantas firulas, mas fornece o tom sóbrio que o enredo demanda. Todo esse conjunto tem ótima direção de Brady Corbet.

Narrativamente, O Brutalista é dividido em duas partes. Vi muita gente dizendo que a primeira é uma obra-prima, e o filme perde fôlego na segunda. Discordo parcialmente. De fato, a segunda metade possui ritmo mais instável e é nela que a trama se arrasta além do necessário.

Por outro lado, é na segunda parte que entra a personagem interpretada por Felicity Jones; acho um crime ela não ser a favorita ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar 2025. Ainda sobre as atuações, Adrien Brody tá monstruoso no papel e Guy Pearce tá absolutamente odiável (e isso é um elogio).

Em alguns segmentos, eu senti que o roteiro tentou ser teatral demais – isso me fez perder um pouco da imersão e me lembrei de que estava vendo um filme, e não vivendo na Pensilvânia do século XX. Contudo, preciso voltar ao campo dos elogios: o universo criado por O Brutalista é tão real que quase não dá pra acreditar de que tudo não passa de ficção.

O Brutalista não quer ser um mero passatempo, e espera que você se engaje com a história sofrida de um estrangeiro em uma terra estrangeira. É uma produção que se distrai em certos pontos da trama, é verdade. Entretanto, é o tipo de filme que te faz ficar reflexivo e mergulhado nos acontecimentos bem depois da conclusão.

Atuação que dá nos nervos (no bom sentido)

 

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).