DC (DCEU), Quadros

DCLeleco #02: Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016)

• Você sangra?

A Marvel começou a desenvolver seu universo cinematográfico no ano de 2008, com o primeiro filme do Homem de Ferro. É claro que naquela época ninguém tinha ideia de que se tornaria um fenômeno mundial tão avassalador. O filme do Hulk veio, depois Capitão América, Thor, e o planeta explodiu de emoção com a primeira reunião dos Vingadores, ainda em 2012. O sucesso da produtora fez com que a DC acordasse e pensasse “eita porra, tá na hora da gente se mexer”. A verdade é que a Liga da Justiça sempre foi mais emblemática que os Vingadores, isso é óbvio. Logo, se fizesse do jeito certo, a DC poderia lançar um próprio universo que competiria à altura com o da Marvel, com a possibilidade de ser ainda maior.
Um ano depois de Os Vingadores, foi lançado O Homem de Aço, dando início à saga do Superman. O filme foi em sua maioria bem recebido, e parecia que a DC realmente conseguiria emplacar uma rivalidade saudável que só beneficiaria a galera (como eu) que gosta de super-heróis. Com uma proposta ousada, ela decidiu apresentar logo depois o conflito épico entre os dois maiores ícones da editora, colocando o Batman para batalhar contra Kal-El. Prometendo uma longa duração e um mergulho profundo nas águas das criações da empresa, a DC quis fazer diferente. Enquanto a Marvel dedicou um filme para cada personagem para apenas depois reuni-los, sua adversária não queria mais do mesmo. Em seu segundo capítulo, queria mostrar pro povo que é capaz de bater de frente com qualquer um, e que repetir a fórmula de sua concorrente seria assumir sua capacidade. Mal sabia que o tiro sairia pela culatra.
Fui assistir a Batman vs Superman na pré-estreia com alguns amigos meus. Eu estava empolgado pra caralho, não vou mentir. Era a reunião de dois personagens fodas e o começo de uma consolidação da DC. Eu não tenho muito essa frescura de “ain, nem vejo DC porque prefiro a Marvel” ou o contrário. Quanto mais qualidade melhor, pô. A sala do cinema era um show à parte. Vou deixar registrado aqui que eu odeio, desprezo e sinto tudo de ruim em relação a quem conversa nas salas de cinema, que fica fazendo graça ou que fica tentando “adivinhar” o que vai acontecer. Porém, quando é um filme de ação e fantasia, eu gosto de estar acompanhado de uma galera empolgada. Por isso, Batman vs Superman vai ficar marcado pra sempre na minha memória como uma das experiências mais divertidas que eu tive na sétima arte. A cada frase emblemática, cada golpe e cada reviravolta a plateia soltava gritos e berros, comemorando como se tivesse acabado de sair um gol. Cara, foi demais.

Veloz e Furiosa

Agora, vamo falar do filme. A obra começa paralelamente aos acontecimentos de O Homem de Aço, quando o Superman tá brigando com seu conterrâneo, o General Zod. Contudo, a visão que a gente tem da batalha não é mais lá de cima, mas sim a da população que observava assombrada uma luta intergaláctica de seres que não tinham nada a ver com eles. Assim, o personagem de Bruce Wayne é apresentado, um bilionário que tá na cidade de Metrópolis e acaba ajudando alguns transeuntes em perigo. Como ele presencia tanto desespero causado por alguém que nem é daquele planeta, o seu ódio por Kal-El vai crescendo cada vez mais quando, mesmo depois de ter sido ponto central na morte de milhares de cidadãos, ele é tratado como o super-herói da galera. Enquanto isso, Bruce, em seu papel de Batman, possui um perfil diferente: ele não tá lá pra fazer média, só quer acabar com os criminosos.
O choque entre as filosofias dos dois personagens é o tema principal do filme. Apesar de obviamente a gente querer ver logo a briga entre os titãs, o que mais acontece é o embate ideológico. Nisso Batman vs Superman consegue ser muito bem-sucedido, expondo todos os argumentos de cada um e deixando para os fãs tomarem seus próprios lados – mesmo que não esteja alinhado a nenhum dos dois. As cenas de ação também são uma evolução importante em relação a O Homem de Aço, onde elas pareciam provenientes de um jogo de videogame.
Quando eu terminei de assistir ao filme no cinema, fiquei extasiado. Fazia tempo que eu não ficava tão empolgado. Nos dias seguintes, quando fui ler as críticas na internet, me surpreendi. Todo mundo tava metendo o pau, falando que foi um lixo, um dos piores filmes do gênero. E o pior é que isso não vinha só da “”””crítica especializada””””, mas sim dos próprios fãs de super-heróis. Todas as notas que eu via eram negativas, e eu não conseguia entender o porquê. E digo mais, vou deixar uma opinião bem polêmica aqui. Eu nunca escondi que prefiro a Marvel pelo estilo, mas eu acho BvS melhor que Capitão América: Guerra Civil, por exemplo.

Jeremy Irons, o Novo Alfred

O segundo capítulo do DCEU tem defeitos sim, é claro. Talvez com pressa para chegar no patamar da Marvel logo, BvS apresenta 85948945 milhões de personagens, tramas e arcos, deixando o enredo um pouco confuso, sobretudo para quem não tá inteirado no assunto. Quando a gente pensa que o núcleo principal já foi apresentado, o roteiro resolve colocar mais lenha na fogueira. Quando acaba a última batalha, é como se a gente voltasse a respirar depois de um tempo prendendo o fôlego. Em alguns momentos, precisei pausar um pouco pra registrar as ocorrências e espairecer a cabeça. E sim, o filme poderia ter sido dividido em dois pra poder desenvolver melhor as coisas. Os personagens não foram explorados totalmente, e isso acaba sendo um grave defeito. Mas nada disso deixou o filme ruim. E muito longe de ser um erro total.
Quando foi lançado no cinema, ele tinha uma duração de cerca de 2h30min. Em sua versão estendida, são 3 horas. Nesse segundo recorte a obra é mais bem editada, então é ela que eu tô considerando mais no pitaco. Até hoje eu assisti três vezes, uma na versão normal e duas na estendida, e essa última é bem melhor. Por isso, se você tá lendo isso aqui e ainda não viu nenhuma, não veja a primeira versão, não vale a pena. E por favor, assista sem preconceito. É completamente normal se você não gostar, obviamente, mas não seja influenciado por críticos metidos à besta. Desenvolva sua própria opinião e defenda sua posição. Seja corajoso, assim como foi o Batman quando resolveu brigar com um alienígena superpoderoso.

 

Especial: Não sei se todos sabem, mas meu blog começou originalmente em uma página do Instagram, ainda ativa. A ideia original era falar só de séries, mas comecei a estender um pouco para filmes também. Com isso, em minha terceira crítica, no dia 29 de março de 2016, escrevi sobre BvS pouco tempo depois de ter visto no cinema. Por mera curiosidade, vou deixar aqui o texto da época em que vi pela primeira vez, se algum dia eu perder a página do IG, porque esse pitaco foi o único que eu não importei pro blog.

“#FilmesdoLeleco01 – Batman v Superman (2016): Tire suas próprias conclusões

Ainda bem que não sou um crítico intelectual de cinema, senão eu seria obrigado a falar mal do filme e dar apenas 2 Lelecos a ele. Porém, como sou apenas um leigo apreciador de filmes, devo dizer que curti pra caralh*.
Primeiro que em uma tacada só vemos o Batman, o Superman, a Mulher Maravilha, Lex Luthor e o Apocalipse todos reunidos em um só longa. Segundo que o Affleck simplesmente destrói como Bruce Wayne e o Jesse Eisenberg, apesar de muitos dizerem que seu personagem ficou muito semelhante ao Coringa, fez um bom trabalho interpretando o icônico Lex Luthor.
Terceiro que tem obviamente uma luta do Batman contra o Superman. DO BATMAN CONTRA O SUPERMAN. Sério, vocês têm noção do tamanho e da ‘fodisse’ desse confronto? Agora pensem: além disso tudo ainda tem a primeira batalha em que a Trindade luta em conjunto. Nada mais épico que isso, né?
Duas partes que merecem um destaque maior são as cenas da já famosa fala do Batman: “Tell me, do you bleed? You will” e a primeira aparição da Mulher Maravilha, dois momentos que fizeram a sala de cinema (pelo menos a que eu estava) ir abaixo.
Só não dou nota máxima pois a primeira hora é um pouco arrastada demais, mesmo que ela tenha utilidade para o enredo, e também porque realmente é muita informação para duas horas e meia de filme. Fora isso, gostei bastante dos outros aspectos gerais. E sim, sou fanboy de heróis, como acho que vocês puderam perceber.
Então minha dica é: se querem ver um filme em que aparecem três dos super-heróis mais populares de todos os tempos em cenas espetaculares, assistam: com certeza valerá o seu ingresso.

+ Melhor personagem: Batman/Bruce Wayne
Como eu já disse, o Affleck simplesmente tá absurdo no papel, tendo de longe a atuação mais fiel aos quadrinhos, mas particularmente também gostei muito do Lex.”

 

Aviso: Não tem nenhuma cena pós-créditos.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Vamos começar com a polêmica cena do Martha. Foi uma puta sacada a que o diretor Zack Snyder teve ao perceber que o Batman e o Superman possuem uma mãe com o mesmo nome, e ainda por cima usar isso como elemento essencial na condução das coisas. Porém, poderia ter sido menos abrupto, né? O que aconteceu foi que o Morcego viu que tinham o mesmo nome, percebeu o erro no que estava fazendo e desistiu de matar seu até então inimigo. Até aí tudo bem, mas ele agir como amiguinho depois foi que fodeu o bagulho. Se ele tivesse deixado cair a lança de kryptonita e só pegado a linha de “o inimigo do meu inimigo é meu amigo” teria sido perfeito, mas foi rápido demais. Uma pena.
  • Beber vodka até cair é fácil, quero ver tomar chá de pêssego da vovó.
  • Não adianta, eu sempre foi arrepiar até os pelos do cu pé na cena em que a Mulher Maravilha bloqueia o ataque do Apocalipse e sua trilha sonora começa a tocar. Pqp, como eu amo aquele momento. Lembro no cinema que todo mundo aplaudiu como se não houvesse amanhã, foi épico demais.
  • A personagem da Jena Malone é a Batgirl, né? Poderiam ter deixado isso mais explícito.
  • Também acho foda pra caraio aquela sequência em que eles estão numa festa e o Bruce e o Clark têm sua primeira interação, a Diana rouba o Batman na cara dura e o Lex faz seu monólogo confuso.
  • Aquaman, Flash e Ciborgue aparecendo foi uma provocação maravilhosa para os fãs, bicho.
  • Minha namorada teve uma visão interessante das posições de Batman e Superman: “dois cuzões achando que são donos da verdade”. Acho que isso resume bem.
  • Ah, uma das coisas que mais me incomodou no filme foi aquela cena dele no deserto, matando geral. Foi uma das piores montagens que eu já vi, até hoje eu não sei se foi uma premonição, um sonho, uma alucinação. Pra deixar ainda mais esquisito, eles fizeram o Flash aparecer logo depois falando que tava muito cedo. Nessa o Zack Snyder errou feio.
  • Neil DeGrasse Tyson aparecendo foi uma agradável surpresa kk
  • “Me diga, você sangra? Pois sangrará” é uma das frases mais icônicas da cultura pop atual, sem dúvida alguma.
  • Eu piro no tanto que a Lois é onipresente. Não importa a distância, não importa se tem um monstro praticamente imortal à solta, ela estará lá.
  • Pensa numa cena esteticamente foda a que o Superman tá no espaço depois de ser atingido pelo míssil nuclear, se recuperando aos poucos com a força do Sol.
  • O melhor é o Batman todo obstinado e corajoso contra o Superman, aí quando a ameaça passa a ser o Doomsday ele ativa o modo “tô dando o fora daqui, mermão”.
  • A morte do Superman é aquele típico acontecimento que não consegue deixar a gente triste. Era óbvio que não seria permanente, e as pedrinhas voando sobre o caixão só provaram isso.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Lex Luthor
Eu tô pouco me fodendo se ele não ficou parecido com o personagem original dos quadrinhos, mas a interpretação dele foi a que mais me agradou no filme. Por curiosidade, fui pesquisar aqui no Google e vi que muita gente odiou o personagem dele, mas eu não. Valeu, Jesse Eisenberg, pra mim você realizou um verdadeiro Truque de Mestre na sua atuação.

Parece capa de álbum do Hozier ou sei lá

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).