Marvel (MCU), Quadros

MCULeleco #03 – Homem de Ferro 2 (2010)

• Destruição de imagem

Coitado dos russos. Obviamente, o cinema estadunidense é o mais assistido, mais comentado e que mais tem destaque no mundo. As maiores premiações são de lá, os atores mais conhecidos pelo público geral, as produções mais famosas. Deve ser um saco ser um cidadão da Mãe Rússia nessas horas. A cada três filmes, pelo menos um tem um vilão de lá – uma figura maligna, vil e manipuladora. E o pior de tudo é que quem vence é sempre o norte-americano, nunca os eurasiáticos. Deve ser um pouco irritante, de fato.
Por que eu falei disso? Bom, porque Homem de Ferro 2 tem um vilão russo. No segundo capítulo da saga de Tony Stark, a ameaça não está mais ao seu lado, como foi o caso de Obadiah Stane no primeiro longa. Agora, o problema vem de longe, tanto na distância quanto no tempo. Em um mergulho mais profundo ao passado de Stark, Homem de Ferro 2 explora as consequências da revelação do bilionário acerca de sua identidade secreta. E, apesar de não ser uma opinião popular, eu prefiro muito mais esse filme do que o seu antecessor.

 

Sinopse

Anthony Stark já era um cara conhecido. Afinal de contas, ser dono de uma empresa multinacional não é algo que costuma passar batido, ainda mais se você for um cara polêmico, fanfarrão e vaidoso. Depois de ter recebido uma pequena injeção de humildade em Homem de Ferro, Tony jogou ela fora na última cena do filme, quando revelou para o mundo que era o infame novo herói.
Quando você chama tamanha atenção, precisa estar preparado para o que vem em seguida. E é aí que a figura de Ivan Vanko (Mickey Rourke) entra na jogada. Seu pai, Anton Vanko, tinha uma relação profunda com o pai de Tony, Howard Stark, algo que pelo jeito não terminou muito bem para os russos. Movido por vingança após a morte degradante de seu pai, Ivan toma como missão pessoal provar ao planeta que o Homem de Ferro não é tão invencível assim. Enquanto isso, o próprio Homem de Ferro toma consciência da própria morte, cada vez mais iminente. Acontece que aquele bagulho que ele colocou no peito pra afastar os estilhaços de seu coração, o Reator Arc, tá envenenando-o lentamente. Assim, ele passa a ficar um pouco “foda-se” pra tudo e pra todos, porque já que tá quase morrendo, melhor aproveitar o que resta de sua vida. Porém, a ameaça de Vanko e as tramoias de Justin Hammer (Sam Rockwell), um rival de mercado, obrigam Tony a entrar nos eixos novamente.

Como é que o cara consegue ficar foda com uma calopsita no ombro?

Crítica

É possível notar uma imensa diferença entre os dois Homem de Ferro logo de cara. A produção do segundo tá bem superior e percebemos um Tony Stark muito mais Tony Stark, com todas as suas características – principalmente o sarcasmo – amplificadas. Além disso, o filme não precisa mais se preocupar com tempo de tela dedicado à origem do personagem, pois isso já foi feito. Dessa forma, o diretor Jon Favreau ganha mais espaço para impor sua criatividade e mais terreno para trabalhar o roteiro.
Comecemos pelo vilão. O terceiro antagonista do MCU, depois de Stane e Abominável, é um pouco melhor. Sua motivação é basicamente a vingança, mas ele quer destruir a imagem de seu adversário, e não tirar a vida do cara em si, trazendo um pouco de novidade ao pote. Seu visual é bem massa, me lembrando o jogo Prince of Persia: Two Thrones. O chicote elétrico que utiliza parece uma espécie de Lâminas do Caos, transformando-o em um Kratos da Perestroika. Infelizmente, porém, ele não é muito bem utilizado e em vários momentos fica meio de lado. A gente acaba pensando “mano, é ele que é o vilão ou é o Hammer?”.
O Tony é o ponto forte. A atuação de Robert Downey Jr. é sensacional e dá pra sentir os dramas do protagonista. A química com Pepper Potts funciona brilhantemente e os personagens secundários são bons. James Rhodes, agora na pele de Don Cheadle, tá totalmente diferente. No primeiro filme, ele era um militar simpático. Com o novo ator, ele se transforma em um sujeito experiente e imponente, sem tanto espaço para brincadeiras, o que contrasta muito bem com a personalidade de Tony.
No apanhado geral, Homem de Ferro 2 pra mim é o melhor do MCU até agora, mas isso ainda não é muito, considerando que só possui dois antecessores. O vilão é mal utilizado, a batalha final é totalmente desperdiçada, mas o resultado final é positivo.

+ Velozes + Furiosos (2003)

Veredito

HF2 brilha muito por causa de Downey Jr. Se não fosse por ele, talvez o filme não seria lá grandes coisas, mas a interpretação do protagonista faz com que pareça que o cara foi feito pro papel. Downey Jr. atua tão bem como Tony Stark porque ele é o Tony Stark. As participações recorrentes de Samuel L. Jackson como Nick Fury e Scarlett Johansson como a secretária de Tony dão ainda mais peso ao elenco. É um filme nota 7,5, talvez, se eu estivesse fazendo um gabarito. Ou melhor, um filme com nota de 4 Lelecos.

otempocandidato!!

 

Aviso: Tem uma cena pós-créditos.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Mano, eu simplesmente amo aquela sequência na pista de Fórmula 1. Bicho, não sei por quê, mas tá entre as minhas partes favoritas da trilogia de HF.
  • As cenas de luta da Viúva Negra são espetaculares, véi. Ela batendo em geral enquanto o Happy lutava com apenas um foi bom demais kk
  • Minha meta de vida é ser rico e brilhante o bastante pra sentar de armadura vermelha em um donut gigante. Ponto final.
  • O novo James Rhodes tem muito mais presença, mesmo eu gostando do outro. E a briga dele com o Tony fez muito mais sentido levando em conta sua personalidade seguidora de regras.
  • Xô ver se eu entendi, o Tony criou um novo elemento, certo? Mas eu não lembro direito, tô escrevendo isso algumas semanas depois de rever o filme, mas o elemento é o raio laser lá que é conduzido pelo triangulozinho? Deve ser, né.
  • Meta de relacionamento: enfiar a mão no peito do parceiro pra retirar um aparelho tecnológico. E ah, queria tanto ver como que funciona lá dentro, se é tipo uma espécie de ímã ou sei lá.
  • Phil Coulson tem uma cara de certinho que pqp. Ele tem cara de quem vai pra uma ópera e se diverte.
  • Tão decepcionante o Vanko chegar com uma armadura pra lutar com o Homem de Ferro e o Máquina de Combate. Porra, o massa dele era o bagulho de choque. Naquele momento, ele virou um Obadiah Stane 2.0.
  • #ApariçãodoStanLee: enquanto Tony Stark é ovacionado por seus admiradores, ele cumprimenta um senhor depois de descer as escadas. “Larry (King)!”, sinaliza o Homem de Ferro, indo para um aperto de mão bem-humorado. O senhor retribui.
  • Escudo do Capitão aparecendo na sala do Tony e o martelo do Thor na cena pós-créditos, aaaaa

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Tony Stark
Pela segunda vez, ele é o melhor personagem em seu próprio filme. No histórico do MCU, o placar tá Tony 2, General Ross 1, o resto 0.

Fico imaginando qual o sobrenome dele

+ Maior evolução: Pepper Potts
Com aparições mais relevantes, ela cresce muito como personagem.

Parece uma Barbie, mano

+ Maior surpresa: Natasha Romanoff
Ela começa como quem não quer nada, mas aos poucos vai mostrando a que veio.

É aquela música da Iggy Azalea, né

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).