• Letargia burocrática
Não, o filme não tem nada a ver com futebol, Carnaval ou coisas que normalmente os gringos associam ao Brasil. O título é este simplesmente porque o diretor Terry Gilliam utilizou a música Aquarela do Brasil como tema, por acreditar que evocava a essência da história. Fora isso, não há nenhuma relação óbvia com o nosso país, embora possamos traçar alguns paralelos que talvez tenham surgido de forma não intencional.
Em uma realidade paralela distópica, em que a sociedade é dominada por burocracia, perseguições políticas e tecnologias que engolem as pessoas, no sentido simbólico (qualquer semelhança com o nosso mundo é mera coincidência), Sam Lowry trabalha em um emprego comum. Porém, quando passa a ter sonhos com uma mulher que não conhece, transforma em prioridade encontrá-la pra salvar a sua vida a todo custo.
Brazil não é um filme fácil de assistir. O estilo longe do convencional pode causar um certo estranhamento, até mesmo em quem tenta buscar por algo diferente no cinema. O roteiro não tem medo de colocar em tela metáforas de um homem voando em um cenário cyberpunk e lutando contra um samurai gigante. É um dos filmes mais únicos que eu já vi, o que o credencia como uma admirável obra de arte.
A construção de mundo, embora os cenários sejam propositalmente excêntricos, é um destaque positivo. Os personagens também chamam a atenção, principalmente o protagonista interpretado por Jonathan Pryce e o coadjuvante de Robert de Niro, pois ambos vivem homens bem distintos. Essa mistura de conceitos em Brazil é notável. Além de tudo, é um filme muito engraçado, com um característico senso de humor britânico, marcado pelo sarcasmo e potencializado pelo absurdo.
No entanto, o filme que antes estava me deixando intrigado aos poucos começou a me cansar. A inserção de um romance desvia a trama do caminho e tira parte do charme. O desfecho é marcante, mas a rota até ele é um tanto quanto esticada.
Brazil é um clássico e merece ser tratado como tal. Entendo totalmente o apreço da comunidade cinéfila, especialmente quem assistiu na década de 80. Não se encaixa totalmente no meu gosto, mas não posso deixar de respeitar a sua existência.
NOTAS
Leleco: 3,5/5
Brenno: 4,0/5
Pedro: 3,5/5
Ricardo: 4,5/5
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco
Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes
Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?