007, Ação, Filmes

JamesBond #01 – 007 Contra o Satânico Dr. No (1962)

007 contra o satânico dr. no

• Bond… James Bond

Há anos que eu planejo assistir a todos os filmes de 007. Até comecei a ver uma vez, mas nunca dei continuidade. Chegou a hora de colocar o plano em prática, a começar pela primeira participação de Sean Connery na pele de James Bond. Nesta série de postagens, vou levar em conta apenas os filmes “oficiais” da saga, desconsiderando os que não são da produtora Eon – Cassino Royale, de 1967, e 007: Nunca Mais Outra Vez, de 1983. Assim como fiz na pentalogia de Duro de Matar, não vou me preocupar em soltar sinopses muito elaboradas e tampouco vou me conter nos spoilers. Bora lá?

 

007 Contra o Satânico Dr. No (1962)

Olha, todos sabemos que os primeiros filmes de 007 são da década de 1960 e que obviamente muita coisa mudou no cinema e na sociedade desde então. Vou tentar não chover no molhado e basear a minha crítica só em comparações de como tal elemento não sobreviveu ao teste do tempo ou em como certos aspectos continuam bons até hoje. Dito isso, preciso ressaltar que, pra um longa de 1962, antes mesmo do ser humano ir à Lua, Dr. No envelheceu muito bem.

O primeiro capítulo de 007 se passa quase inteiramente na Jamaica. Quem não conhece absolutamente nada da figura de James Bond não demora muito a captar todos os fatores característicos da franquia. Em poucos minutos, temos uma abertura musical e artística bem original; a icônica frase “Bond, James Bond”; um protagonista charmoso e com aquele velho arquétipo antiquado de mulheres-querem-ele-e-homens-querem-ser-como-ele; e uma trama instigante de espionagem.

Eu gosto muito da primeira hora de 007 Contra o Satânico Dr. No. O ator Sean Connery não tem dificuldades de nos fazer torcer por ele. James Bond obviamente tem personalidade, é elegante e não se deixa enganar por qualquer um. Também gosto de como a história é contada, como se a gente estivesse investigando a ameaça em Kingston ao lado do espião. Os personagens secundários, como Quarrel, são bem apresentados e a narrativa vai ficando cada vez mais interessante.

A última hora, pra mim, já é um pouco diferente. A partir do momento em que Ursula Andress, que interpreta Honey Ryder, entra em cena, o filme perde o foco. Nem acho que tenha sido culpa da atriz, mas sim de um roteiro que não faz ideia de como trabalhar personagens femininas. É como se Ryder virasse uma dispersão que faz com que o filme se arraste durante vários minutos.

Quanto ao vilão, Dr. No tem uma excelente introdução antes mesmo de aparecer na tela. Em sua primeira participação, temos um vislumbre apenas de sua voz, calmamente ameaçadora. Quando ele de fato dá as caras, nos deparamos com um antagonista de muita presença, capaz de rivalizar e até superar a mente aguçada de James Bond.

Em seus aspectos mais técnicos, o filme sabe como gerar tensão nos momentos corretos e é competente nas sequências de ação. Por outro lado, eu estranhei a sincronização de determinadas falas. Duas cenas em particular me chamaram a atenção: o momento em que há uma banda cantando no bar, e quando Ryder aparece pela primeira vez. Em ambas as situações, a cantoria que sai da boca dos personagens não tá sincronizada com o movimento dos lábios. É algo pequeno, eu sei, mas que me causou estranhamento.

007 Contra o Satânico Dr. No cumpre de maneira perfeita o objetivo de apresentar a franquia para quem não tá familiarizado, ao mesmo tempo em que premia os eventuais fãs com cenas que já nasceram clássicas. É um filme à frente de seu tempo, mas que tropeça quando precisa mostrar o lado mais canastrão de seu protagonista, fazendo com que os potenciais interesses românticos – ou sexuais – soem mais como uma distração.

Um verdadeiro clássico

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê acha dos filmes. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).