• Salmo 23:4
Na Alemanha de 1838, Thomas viaja para fechar um contrato imobiliário com um misterioso conde, mas os pesadelos de sua esposa Ellen anunciam um mau presságio.
Eu não sou muito fã do diretor Robert Eggers. Já tinha visto todos os seus três outros longas, A Bruxa, O Farol e O Homem do Norte e, embora não considere nenhum desses filmes ruins, sempre houve algo em comum me incomodando neles. O que é uma pena, pois Eggers é um cineasta de inegável estilo e personalidade. Eu faço um esforço extra pra apreciar suas obras justamente por elas serem tão autorais.
De qualquer forma, o meu medo de não gostar tanto de Nosferatu provou estar correto logo nas primeiras sequências. O ritmo vagaroso e o excesso de metáforas e simbolismos me desconectaram frequentemente nos minutos iniciais, e eu senti dificuldade em me sentir fisgado pelo enredo.
Felizmente, o filme melhora com o passar do tempo, principalmente após a chegada do personagem Von Franz, interpretado por Willem Dafoe. O veterano não ostenta a melhor atuação de Nosferatu, porque Lily-Rose Depp e Bill Skarsgard estão um nível acima (esse último tá irreconhecível no papel), mas o personagem em si traz uma dinâmica diferente pra trama e faz a história andar de um jeito mais insinuante e direto.
Se eu tenho alguns problemas com a narrativa dos filmes de Eggers, preciso destacar a capacidade do diretor em acertar na ambientação. Eu me senti totalmente imerso naquela realidade fictícia e vampiresca de dois séculos atrás, como se eu tivesse deixado a minha casa e sido teletransportado pro universo do filme. Fotografia, maquiagem e composição dos cenários são muito bem feitas, e o trabalho que a produção faz com as sombras é raro de se ver e bastante inquietante.
Nosferatu é um típico filme de Robert Eggers, que acerta em cheio na construção de mundo e cujos visuais de terror gótico são únicos no cinema. A narrativa demora um pouquinho a encontrar seu melhor ritmo, mas, a partir do momento em que consegue esse feito, entrega um conjunto impressionante e hipnótico.

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco
Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes
Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?