• Libertação da África
Entre o final da década de 1950 e o início de 1960, a República Democrática do Congo busca a independência e o líder Patrice Lumumba se torna alvo das mais poderosas nações ocidentais da época.
Nos primeiros 40 minutos, eu tinha certeza de que Trilha Sonora para um Golpe de Estado era o filme mais chato dos indicados ao Oscar 2025. O início me deixou empolgado. A proposta de narrar acontecimentos históricos, embalados por uma trilha incessante de jazz, e uma identidade gráfica única me fizeram respeitar a atitude de fazer algo diferente. Eu sabia que estava prestes a ver algo pouco convencional, e isso me animou. Porém, as coisas logo se tornaram maçantes.
Trilha Sonora para um Golpe de Estado parte do pressuposto de que o espectador possui pelo menos uma noção mínima do contexto histórico retratado no filme. Se você, como eu, tem um conhecimento superficial do tema, sentirá uma dificuldade imensa em acompanhar o ritmo acelerado dos eventos. O documentário coloca nome atrás de nome, vai e volta na ordem cronológica dos fatos e interrompe a trama central frequentemente pra pincelar alguns episódios secundários, o que atrapalha a compreensão.
Depois desses 40 minutos iniciais que eu mencionei, o filme enfim me prendeu. Isso porque o roteiro interrompe seus próprios devaneios e foca em trabalhar aquilo que propôs desde o começo: a independência do Congo. Ele havia começado com essa ideia, mas quis abraçar o mundo com os braços e sentiu que tinha a necessidade de abordar outras revoluções da época. Essa decisão criativa inchou o filme e, a partir do momento em que esse ímpeto foi reduzido, a qualidade aumentou consideravelmente.
Mesmo assim, Trilha Sonora para um Golpe de Estado é bem cansativo. Nessa semana que passou, eu assisti A Semente do Fruto Sagrado e O Brutalista, e ambos têm durações maiores do que o documentário. Em nenhum deles eu me senti tão exausto. Nesse, eu tive de pausar constantemente e verificar quanto tempo faltava pra acabar. Talvez a experiência no cinema seja melhor, mas assistir em casa me deixou esgotado.
Trilha Sonora para um Golpe de Estado precisa ser valorizado pela sua inteligência e criatividade, ao destrinchar eventos históricos que acabam sendo ignorados. Por outro lado, é um filme que parece um trabalho acadêmico jogado na tela e não faz a mínima questão de ser didático – por essa razão, é limitante.

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