• Relações parasitárias
Ninguém botava muita fé em Besouro Azul. Um super-herói desconhecido do grande público, um elenco sem estrelas (com exceção da veterana Susan Sarandon) e um universo cinematográfico que já tinha decretado seu fim. Pra completar, o período de lançamento ainda ocorreu durante a greve dos atores e roteiristas de Hollywood, o que afetou diretamente a divulgação. O filme quase foi lançado diretamente no streaming, mas conseguiu ter uma janela de exibição nos cinemas. Diante de tudo isso, é quase como se fosse um “filler” do DCEU.
Sinopse
Jaime Reyes volta à sua cidade-natal e procura por emprego pra poder ajudar a sua família financeiramente. Após cruzar o caminho da jovem milionária Jenny Kord, que lhe pede pra guardar um escaravelho em segurança, o dispositivo se junta ao corpo dele e concede poderes que o tornam alvo de uma empresa inescrupulosa.

Crítica
Pra nós brasileiros, o que mais chama a atenção logo de cara em Besouro Azul é a presença da Bruna Marquezine. Confesso que demorei alguns minutos a me acostumar com a interpretação dela em inglês em meio a um monte de gringos, mas ela desempenhou um bom trabalho. A personagem tem uma ótima química com o ator protagonista Xolo Mariduena, que esbanja carisma. Quanto ao restante do elenco, confesso que tive alguns problemas.
Não sei exatamente de quem é a culpa maior, se dos atores ou do roteiro. De qualquer forma, lamento dizer que eu achei os familiares do Jaime bem chatos. Eu não sei se a típica família mexicana é daquele jeito, mas a impressão que eu fiquei é que abusaram na hipérbole e os personagens caíram no exagero.
A cena em que eles ficam jogando o escaravelho pra um lado e pro outro foi a gota d’água pra mim; a sequência fez com que todo mundo ali parecesse bobo e irresponsável, em vez de irreverente e engraçado, como eu acho que era a intenção. Na segunda metade do filme, isso até diminui, mas foi difícil aguentar o comportamento deles no começo.
A história alterna entre bons e maus momentos. A ideia do vilão ser praticamente uma cópia do herói é tão batida no gênero de super-heróis que vira um defeito, mas eu achei legal a dinâmica de Khaji-Da. Algo que sempre me deixa meio assim é quando um herói ganha poderes e, pouco tempo depois, domina as suas habilidades como se fosse um expert, derrotando inimigos mais fortes somente porque sim. Em Besouro Azul, há uma razão pra que Jaime vença os seus combates, e isso por si só já é um diferencial.
Eu também gosto da estética do filme. Palmera City possui um cenário cyberpunk, e a paleta de cores azulada e arroxeada foge um pouco do lugar comum. As cenas de ação são bem coreografadas e os efeitos visuais são um destaque positivo, mesmo não sendo brilhantes, e envergonham ainda mais o desastre anterior de The Flash.

Veredito
Besouro Azul não vai deixar marcas no nicho de super-heróis do cinema. Não há nada aqui que o torne particularmente especial, sobretudo por fazer parte da reta final de um universo que se tornou um fiasco. Por outro lado, é um filme estiloso que faz bem o feijão com arroz, tem algumas boas sacadas e mostra que Jaime Reyes é um personagem de potencial pro futuro da DC nas telonas.

+ Melhor personagem: Jaime Reyes
Por mais que seja legal ver a Bruna Marquezine representando o Brasil em Hollywood, o grande destaque de Besouro Azul é o protagonista, que mistura carisma, fragilidade e força.

CURIOSIDADES
- James Gunn, responsável por comandar o Universo DC (DCU), afirmou que Besouro Azul se passa no Universo Estendido da DC (DCEU), mas quer que o ator Xolo Maridueña reprise o papel no DCU.
- A brasileira Bruna Marquezine, que quase foi Supergirl em The Flash, conseguiu sua grande chance como Jenny em Besouro Azul. Na versão dublada do filme, a atriz dublou a sua própria personagem.
- Na cena em que Khaji-Da diz que pode criar qualquer arma que Jaime imaginar, a arma escolhida pelo personagem é a icônica “Buster Sword”, do jogo de videogame Final Fantasy VII.
- A ideia da primeira transformação de Jaime ser em frente à família veio do roteirista Gareth Dunnet-Alcocer, pois isso seria mais condizente com a “experiência mexicana” de profunda conexão familiar.
FICHA TÉCNICA
Nome original: Blue Beetle
Duração: 2h07
Países: EUA, México, Canadá, Alemanha
Diretor: Angel Manuel Soto
Elenco principal: Xolo Maridueña, Bruna Marquezine, George Lopez, Susan Sarandon, Belissa Escobedo, Damián Alcázar, Becky G
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OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO
- Acho muito engraçado como o Jaime tem um código de honra de não matar ninguém, mas o seu tio claramente assassinou vários capangas ao pisar neles com aquela nave de besouro, sem contar a avó revolucionária metralhando geral. Pelo menos o sangue não tá nas mãos dele, acho?
- Eu não esperava que o pai fosse morrer, realmente me pegou de surpresa. Não que eu tenha gostado dele morrendo, mas achei positivo o filme ter feito algo de diferente nesse ponto também.
- Meio óbvio que o pai da Jenny estaria vivo, mas é paia como nós nunca saberemos o que aconteceu com ele. Quer dizer, quem sabe o James Gunn não faz algo pra preencher essa lacuna, né?
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?