• Aracnofobia
Um professor de faculdade aluga um filme pra assistir e é surpreendido por um ator fisicamente idêntico a ele. Intrigado, o homem vai atrás de seu “duplo” e mergulha em uma teia de segredos.
Eu assisti O Homem Duplicado pela 1ª vez em 2017, e lembro de ele ter provocado em mim diversas reflexões sobre seus significados ocultos. Vendo em 2025, eu não me lembrava muito dos eventos, mas sabia que o filme tinha me marcado bastante e, desta vez, tive algumas interpretações diferentes e me surpreendi ao ler as minhas próprias anotações de oito anos atrás.
O Homem Duplicado não é um filme pra qualquer um – e eu não digo isso de maneira pedante ou restritiva. A questão é que não se trata de um longa fácil. Ele é feito pra te instigar intelectualmente, abrindo horizontes a cada nova assistida. Eu te convido a terminar o filme e não ver explicações logo de cara. Em vez disso, tente chegar em alguma conclusão antes de ver outras análises.
Por causa de sua natureza, entendo perfeitamente que muitos vão odiar O Homem Duplicado. Afinal, como eu li em uma outra resenha, ele é melhor como uma quebra-cabeças do que como uma obra cinematográfica. Como filme, a lentidão atrapalha a concentração e a ausência de respostas pode frustrar. Por outro lado, a direção de Denis Villeneuve e seu uso de reflexos e itens duplicados em cena é bem inteligente, e a atuação de Jake Gyllenhaal é excelente.
Dizem por aí que uma das funções da arte é desafiar. Não gosto tanto dessa visão, porque ela tende a elitizar a discussão e referendar a opinião de que toda arte precisa ser assim. Não existe estrutura ou gênero superiores, o que deve ser analisado é como cada filme consegue cumprir o propósito que busca. No caso deste aqui, acho que faz isso muito bem.
O Homem Duplicado pode soar confuso e a falta de respostas definitivas tende a repelir boa parte dos espectadores. Mas, se você enxergá-lo como algo que tem muita coisa além da superfície, acredito que ele vai te gerar provocações interessantes. No meu caso, é um longa que me marcou muito e foi importante no meu aperfeiçoamento crítico.

CURIOSIDADES
- Os membros do elenco assinaram uma cláusula de confidencialidade, a qual proíbe que eles expliquem ou comentem a respeito do significado das aranhas neste filme.
- O diretor Denis Villeneuve ofereceu o papel principal pra Javier Bardem, mas o ator acreditava que não era o cara certo pro personagem. Christian Bale se interessou, mas não aceitou por conflitos de agenda.
- Nas cenas em que Adam e Anthony estão no mesmo ambiente, Villeneuve usou uma bola de tênis grudada em um bastão pra que o ator Jake Gyllenhaal usasse como referência pra onde direcionar o olhar.
- José Saramago, autor da obra original, morreu três anos antes do filme ser lançado. Sua esposa, Pilar, adorou a adaptação por ser bem diferente do livro, mas falar sobre os mesmos assuntos.
FICHA TÉCNICA
Nome original: Enemy
Duração: 1h31
Países: Canadá, Espanha, França
Direção: Denis Villeneuve
Elenco principal: Jake Gyllenhaal, Jake Gyllenhaal, Mélanie Laurent, Sarah Gadon, Isabella Rossellini, Joshua Peace, Tim Post, Kedar Brown
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?