• O mistério da criação
Na década passada, o diretor Ridley Scott, que havia idealizado Alien – O 8º Passageiro, decidiu contar uma história de origem dos famosos xenomorfos. Prometheus teve críticas divididas, e Alien: Covenant também não foi tão bem recebido quanto se esperava. Pra assistir a mais recente adição à franquia, Alien: Romulus, resolvi escrever sobre as duas prequelas que originalmente formariam uma trilogia, cujo terceiro capítulo jamais saiu do papel até hoje.
Prometheus – Os que vieram antes de nós
Um grupo liderado por cientistas viaja até um planeta longínquo para investigar os possíveis precursores da humanidade. Contudo, eles não esperavam se deparar com um cenário misterioso, desolador e perigoso.
Eu lembro de assistir a este filme há mais de dez anos e ficar discutindo teorias com meus irmãos. Isso ficou tão marcado na minha memória que eu jamais esqueci de Prometheus, e sempre o associei com algo positivo. Fiquei surpreso quando descobri que muita gente o odiava, então fui revisitá-lo com um certo medo de que me decepcionasse e estragasse um pouco as lembranças. Aconteceu o contrário: ele ganhou ainda mais pontos comigo.
Apesar de eu ter adorado, não significa que Prometheus não tenha problemas. Há algumas cenas que poderiam ter sido concebidas com maior capricho e talvez o enredo seja meio disperso em alguns momentos. Mesmo assim, e provavelmente vão me acusar de heresia por causa disso, eu fiquei mais empolgado após terminar este filme do que depois de ver O Oitavo Passageiro. Com certeza não é uma opinião muito popular, mas considero que Prometheus só fica atrás de Aliens – O Resgate, sobretudo por causa da sua coragem de subverter expectativas e contar uma história bem diferente do que imaginávamos.
Prometheus tem uma proposta ousada. É uma prequela da franquia Alien, mas o xenomorfo tá bem longe de ser o foco. Ridley Scott foge um pouco do modelo de caça e caçador da quadrilogia original e aposta em uma trama mais filosófica, pincelando temas como o embate entre ciência e religião, e a curiosidade humana. É um filme mais lento do que o padrão da saga, mas que ainda assim preserva várias de suas principais características, como as consequências da busca incessante pelo conhecimento. Ah, e a trilha sonora é perfeita, diga-se de passagem.
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Alien: Covenant – Extermínio biológico
Uma nave com milhares de colonos tem a sua rota desviada quando a tripulação capta o sinal de um planeta mais promissor pra vida humana. Como de costume, nem tudo é o que parece.
Alien: Covenant começa com um jeitinho de quem faria algo similar a Prometheus, no sentido de subverter as expectativas. Na sequência inicial, temos um vislumbre do personagem de David, pra que a gente imediatamente conecte este filme com o anterior. Anos se passaram entre as duas histórias, e novos personagens são apresentados, mas a base é a mesma. Com o passar do tempo, a originalidade vai se perdendo no meio do caminho.
Depois de receber muitas críticas por praticamente não incluir xenomorfos em Prometheus, Ridley Scott alterou os planos e deu destaque aos alienígenas em Covenant, provavelmente pra recuperar a atenção dos fãs da franquia. Nesse sentido, provavelmente os espectadores que gostam dessas estruturas narrativas já conhecidas terão uma experiência muito melhor do que tiveram no primeiro capítulo da prequela. Pra mim, o problema é que os personagens de Covenant são menos interessantes do que os de Prometheus, e a trama caminha de um jeito mais vagaroso, burocrático e protocolar. Até a reviravolta do terceiro ato não é lá muito surpreendente.
Alien: Covenant retorna ao terreno que credenciou a franquia como uma das mais famosas e influentes do gênero de ficção científica, mas abre mão de uma singularidade maior. É um filme que cumpre bem o seu papel e é um bom entretenimento, mas os riscos que foram tomados no filme anterior diminuem consideravelmente e algumas decisões narrativas me deixaram meio decepcionado, parecido com o que ocorreu em Alien 3. Além disso, algo que deixa a experiência um pouquinho mais amarga é a ausência de uma continuação pra concluir a jornada que começou lá em Prometheus. Será que algum dia teremos uma última prequela, pra não deixar as coisas totalmente em aberto?
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>> Quadrilogia Alien #01 a #04 – Osso Duro de Roer (1979/86/92/97)
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