• Pele com pele
Um casal formado por uma professora e um aspirante a estrela do rock vive uma crise de relacionamento. Quando os dois se mudam pra uma cidadezinha pequena, a crise aumenta. Após cair em um buraco no meio de uma mata, porém, eles passam a se atrair um pelo outro de maneira descontrolada e assustadora.
Juntos tinha tudo pra ser um grande filme de terror. Trama original? Sim. Cenas criativas e que causam fortes sensações? Sim. Comentário social a respeito de relacionamentos tóxicos? Sim. Reviravoltas? Sim. Mesmo com todas essas qualidades, ele não passa de um filme ok. Por que isso acontece? Vem comigo.
O roteiro de Juntos tem uma base muito boa. O terror corporal é introduzido desde o início, dando uma ideia do que vem por aí. O problema é que esse mesmo roteiro não consegue extrair todo o seu potencial, e tudo o que circunda as qualidades que eu citei no parágrafo anterior acaba sendo mais do mesmo. A reviravolta, por exemplo, é pouco surpreendente e a questão do relacionamento tóxico é trabalhada de maneira superficial.
Além disso, o filme insere coisas que não faz ideia de como aproveitar depois. O passado sombrio dos pais de Tim, um dos protagonistas, é a personificação disso. A história dá a entender que aquilo terá relevância em algum ponto, mas sequer é mencionado a partir da metade e me fez questionar qual foi o sentido de colocar esse arco. Não acho que tudo em um filme precisa ser necessariamente utilitário, mas esse núcleo em específico criou uma expectativa e não levou a lugar algum.
Por causa da incapacidade de transformar a sua premissa em algo verdadeiramente marcante – como A Substância, pra citar um outro longa recente de terror corporal -, Juntos acaba virando aquele típico filme que vai chegar na Netflix daqui a alguns meses e pegará Top 10 por umas duas semanas antes de sumir completamente do mapa. Só não falo que é um filme Sessão da Tarde porque é meio “gore” demais pra isso.
Juntos aposta em um conceito interessante e tem bons momentos isolados, principalmente na parte da maquiagem, mas quase tudo nele é mediano, desde a direção até o elenco.

CURIOSIDADES
- Juntos foi filmado em apenas 21 dias e é o filme de estreia do diretor Michael Shanks. Antes disso, ele havia dirigido apenas três curtas e um episódio da série de comédia australiana The Slot.
- Louie McNamara, parceiro de longa-data de Michael Shanks, trabalhava em uma loja de brinquedos sexuais. Isso foi útil quando o diretor precisou de uma prótese genital realista pra uma cena do filme.
- Os atores Dave Franco e Alison Brie, que são casados na vida real desde 2017, precisaram ir ao banheiro algumas vezes juntos porque a prótese de maquiagem que os unia demorava muito pra ser feita.
- Na cena final, não foi utilizada nenhuma imagem originada por computador. Em vez disso, o resultado foi uma mistura de trabalho de maquiagem e efeitos visuais, que serviram pra compor a complicada imagem.
FICHA TÉCNICA
Nome original: Together
Duração: 1h42
Países: Austrália, EUA
Direção: Michael Shanks
Elenco principal: Dave Franco, Alison Brie, Damon Herriman, Mia Morrissey, Karl Richmond, Jack Kenny, Francesca Waters, Aljin Abella
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?