• Ciclos
Um sorveteiro, um açougueiro e um advogado. O que os três têm em comum? Todos fazem parte de profissões nobres e com a devida importância dentro do mercado de trabalho? Pode até ser, mas não é disso que eu tô falando.
Nosso psicopata favorito Dexter Morgan enfrentou um exemplar de cada uma dessas carreiras. O seu mano sorveteiro na primeira temporada, seguido por ele mesmo na segunda e depois um advogado chato pra caramba na terceira. Certo, se o próprio Dexter era o açougueiro então não tinha como ele enfrentar a si próprio, você pode dizer. Mas é aquele negócio, às vezes os nossos maiores inimigos somos nós mesmos (me saí bem agora, né?).
De qualquer forma, o inimigo da vez é um empreiteiro. Conhecido como o Assassino da Trindade, vou usar o nome original em inglês porque impõe muito mais respeito – Trinity. Este serial killer é diferente de tudo que a gente já viu. Na ativa há quase 30 anos, o assassino possui um modus operandi estabelecido: todo ano ele parte para uma cidade diferente e mata 3 pessoas distintas de maneiras bem específicas. A primeira vítima é sempre uma mulher jovem morta numa banheira; a segunda é alguma mãe que ele joga de uma grande altura e faz parecer um suicídio; e a última vítima é sempre um pai de família espancado até a morte.
Interpretado por John Lithgow, que viveu o pai de Barney Stinson em How I Met Your Mother, o vilão é como se fosse um Dexter evoluído. Se o nosso protagonista já se acha o fodão por trabalhar em uma delegacia e ao mesmo tempo ser um serial killer, Trinity eleva o termo “esconder-se à plena vista” a um novo nível.
A temporada se inicia com um novo ciclo de assassinatos do Assassino da Trindade. O agente do FBI Frank Lundy começa a ligar alguns pontos e inicia uma investigação em Miami sobre um suposto assassino em série, questionando-se se era realmente possível alguém cometer aquele tipos de crimes por 30 anos e ninguém suspeitar de nada. Sua empreitada resulta em um novo encontro com sua ex-namorada, a nossa querida Debra Morgan – uma das melhores personagens de Dexter.
Deixando um pouco de lado a parte sangrenta da trama, o casamento de Dexter e Rita está passando por situações complicadas. O médico legista está dormindo cada vez menos, o que acaba afetando o seu rendimento em todas as áreas possíveis, levando-o a cometer erros que normalmente não aconteceriam. O fato de Dexter ter de conciliar sua profissão e seu passageiro sombrio, além de lidar com o nascimento de seu primeiro filho, drena a maior parte de suas energias, fazendo-o parecer um legítimo zumbi.
A quarta temporada de Dexter é considerada por boa parte dos fãs a melhor da série. A maioria afirma também que esta foi a última temporada boa do nosso psicopata. Eu? Concordo parcialmente com as duas afirmações. Pra mim a quarta temporada tá bem no nível da primeira, a qual eu talvez tenha achado um pouquinho melhor. Já sobre ser a última temporada realmente boa da série, isso é mais do que verdade. Quem já terminou todas sabe bem o porquê.
O vilão, a trama, tudo é realizado de maneira tão bem feita que a gente fica torcendo pra não acabar, ao mesmo tempo que torcemos pro Dexter resolver a parada logo. Aliás, isto pra mim foi o único defeito da temporada: o nosso protagonista enrolar demais. Sabe quando você tem um trabalho pra fazer e fica deixando sempre pra última hora? Dexter encarna esse espírito, o que acaba ficando um pouco irritante.
Alguns personagens ganham mais destaque, como o honesto policial Quinn. Lundy retorna com a fodisse que lhe é peculiar e a cada episódio o enredo fica mais emocionante. A cada revelação, a cada acontecimento, fica mais evidente que o ser humano não tem unhas suficientes pra aguentar a tensão.
Pra completar, o último episódio provavelmente foi o mais marcante de todas as séries que eu vi até hoje. Por um certo motivo, poderia ter sido mais foda ainda, só que vou explicar melhor nas Observações Spoilentas. De qualquer modo, os últimos momentos da quarta temporada são alucinantes, e assim que os créditos da season finale sobem na tela, a gente entra numa crise existencial imensa.
Mesmo eu tendo achado a primeira temporada ligeiramente melhor, não tem como negar que esta é de longe a mais forte e com o vilão mais impressionante. Certas ocorrências vistas aqui não entraram somente na lista de melhores momentos de Dexter, mas sim na de todas as séries da história. Sério, não tô zoando.
É uma pena que depois desta quarta temporada a série tenha caído tanto o nível. Contanto, tô aqui pra falar do presente, não do futuro. E vai por mim, o presente é brilhante.
{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}
{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}
{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Já deve fazer quase 2 anos que eu terminei esta temporada. Mas puta que pariu, até hoje me lembro do choque da morte da Rita. Acho que nenhuma morte em nenhuma série foi mais inesperada e chocante do que essa, não tem jeito. E sobre a possibilidade de ter sido uma experiência mais foda ainda pra mim, isto só não ocorreu por causa do maior mal da humanidade. Violência? Não. Maldade? Não. O spoiler. Certo dia eu fui pesquisar um pôster de Dexter pra eu catalogar um negócio. Uma das primeiras coisas que me aparecem é uma foto do Dexter segurando a Rita, de olhos fechados, no colo. Na hora eu fechei a página correndo, mas o estrago já estava feito. Eu fiquei tentando me convencer por semanas, antes de chegar na quarta temporada, de que aquilo poderia significar muitas coisas – ela poderia só ter desmaiado ou algo assim, sei lá. Por isso, quando aconteceu o que aconteceu, não fiquei tão chocado quanto gostaria. No entanto, não deixou de ser um baque. Minha mãe, que não assistiu à série comigo, com meu pai e com meu irmão na época, se lembra até hoje das nossas expressões no almoço do dia seguinte ao que havíamos terminado a temporada. Eram expressões de luto, como se a gente tivesse perdido alguém. ERA A RITA, MANO, O QUE ELA FEZ DE MAL PRA ALGUÉM?? Enfim, foi isso #RIPRitaForeverandEverandEver
- Caaaara, que foda aquela Christine ser filha do Trinity. Ao mesmo tempo que a gente fica com ódio dela ter matado o Lundy (R.I.P.), dá até uma certa dó. Ela ter se matado no final foi uma prova do tanto que ela tinha problemas (não defendendo ela, né, porque ainda assim não tem justificativa; mas cês entenderam).
- VÉI, EU JUREI QUE A DEB FOSSE MORRER, PQPQPQPQP. PRA PIORAR, QUANDO A GENTE TERMINOU O EP EM QUE ELA TOMA UM TIRO, JÁ TAVA TARDE E A GENTE TINHA QUE DORMIR. SÓ DESCOBRIMOS NO DIA SEGUINTE O QUE HAVIA REALMENTE ACONTECIDO.
- “Hello, Dexter Morgan” – que momento épico do caralho.
- Assassinos das Férias ou Skinner, quais os vilões mais bostas de Dexter até agora?
- Se tem uma coisa que eu tenho medo é de morrer afogado ou enterrado vivo como aqueles garotos. Imagina a agonia, puta merda.
- E pensar que o Trinity na verdade tinha um ciclo de quatro mortes, não três. Qual teria sido o nome dele caso isso tivesse sido descoberto antes? O Assassino do Quarteto? O Assassino do Quarto? O Assassino de Quatro? É, definitivamente não esse último.
- Irônica a forma como Dexter salvou a vida do homem que viria a destruir sua família.
- Batista e LaGuerta juntos – por essa eu não esperava.
- Mano, que família fodida a do Trinity. Dá até pena de pensar em cada um deles, principalmente na cena em que a filha dá em cima do Dexter. É desolador.
- Deb descobrindo que o Ice Truck Killer na verdade era o irmão do Dexter………..claro que isso vai dar merda.
- Poética e dramática a forma com que Harrison nasceu em sangue, assim como o pai. Nunca me esquecerei daquela cena.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Trinity (Assassino da Trindade)
De longe o melhor vilão de toda a série, não há como falar de Dexter sem falar de Arthur Mitchell.
+ Melhor episódio: S04E12 (“The Getaway”)
Puta que pariu, este foi simplesmente um dos melhores episódios já produzidos em toda a história. Só isso que tenho a dizer.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?