Curtinhas do Leleco, Terror

CurtinhasdoLeleco #123 – A Substância (2024)

a substância

• Fonte da juventude

A celebridade Elisabeth Sparkle completa 50 anos e é descartada pela indústria, que vai em busca de uma substituta. Quando Elisabeth descobre uma substância capaz de torná-la mais jovem, ela tenta recuperar seu espaço com uma nova aparência.

A Substância é o tipo de filme “ame ou odeie”. Talvez isso não fique tão evidente durante a maior parte da duração, mas o final é um tremendo divisor de águas. Quem comprar a ideia e abraçar os exageros, pode se ver até meio empolgado. Quem estranhar e não aceitar muito bem a virada dos acontecimentos, provavelmente vai detestar.

O que mais gostei em A Substância foi a sua premissa. Eu adoro quando o cinema pensa fora da caixa, e é exatamente o que ocorre aqui. Há certas inspirações narrativas, como o livro O Retrato de Dorian Gray, mas a maneira como o filme se constrói é única, se utilizando do terror corporal de modo que faz sentido dentro daquele contexto, sem cair no campo da agonia gratuita.

E sim, o filme dá uma agonia do caramba. Em diversos momentos, desviei um pouco os olhos ou fiz caretas pra tela. Mas isso tudo compõe uma experiência pra lá de singular, e que nos deixa inquietos do começo ao fim.

Nos aspectos técnicos, temos excelentes atuações de Demi Moore e Margaret Qualley, interpretando dois lados de uma mesma moeda. A trilha sonora combina com o tom bizarro da história, e a fotografia sabe bem como explorar as expressões corporais das personagens.

A direção de Coralie Fargeaut é competente, mas eu me incomodei um pouco com o excesso de exposição. Tive a impressão de que o filme estava a todo momento querendo sublinhar cenas anteriores sem nos dar a oportunidade de fazê-lo por nós mesmos. Já o roteiro é um dos fatores mais fortes, abordando temas como feminilidade, vulnerabilidade, pornografia, vaidade e ambição.

A Substância é criativo, profundo, torturante, dramático e, por incrível que pareça, engraçado. Me lembrou de vários outros filmes de terror, especialmente Maligno, um dos meus favoritos do gênero, mas com uma indiscutível identidade própria que o faz se destacar entre seus pares.

Futuro e passado, não necessariamente nessa ordem

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).