Curtinhas do Leleco, Suspense/Thriller

CurtinhasdoLeleco #134 – Viveiro (2019)

viveiro

• Amor de mãe

Um jovem casal com pretensão de comprar uma casa é conduzido por um estranho corretor de imóveis até um condomínio. Porém, assim que os clientes entram, não conseguem mais sair de lá.

Viveiro é provavelmente um dos filmes mais subestimados que eu vi recentemente. O conceito deste filme é tão básico que não parece ter cancha o suficiente pra levar a algum lugar interessante, mas é essa simplicidade que concede tanto charme à história.

Poucos personagens estão representados em tela. Jesse Eisenberg, de A Rede Social, é o ator mais conhecido. Porém, a protagonista é interpretada por Imogen Poots, que desempenha um excelente trabalho ao carregar nas costas o dilema constante entre raiva e acolhimento de uma mulher obrigada a assumir um dever que ela não escolheu.

O enredo vai se desenhando aos poucos. E aos poucos, eu quero dizer quase à conta-gotas. Durante a maior parte da duração, a narrativa caminha em passos vagarosos, deixando sempre o mistério no ar pra que a gente queira continuar desvendando as coisas a cada cena. Após a saída de um certo alguém, o filme perde o controle e começa a cair no terreno da morosidade, mas entrega um desfecho apropriado.

Eu li diversas críticas dizendo que Viveiro não levanta nenhum tópico e é só um amontoado de ideias. Respeitosamente, discordo. Fugindo um pouco da literalidade do filme, que usa e abusa das alegorias, dá pra notar vários temas sendo abordados pelo roteiro.

Eu, por exemplo, tentei ignorar discussões sobre as identidades dos personagens e enxerguei debates acerca de como a mulher é socialmente moldada pra ser mãe e o homem, pra trabalhar, e principalmente sobre o cotidiano, em que todo mundo vive no automático. Você pode até dizer que tais pontos não foram bem trabalhados, mas não acredito que sejam inexistentes.

Viveiro não fornece as respostas para as questões que levanta e te incentiva a interpretá-lo da maneira como achar melhor. Não é uma proposta que funciona pra qualquer tipo de público e entendo que possa ser uma experiência tediosa ou pouco recompensadora, mas acho que vale a pena assistir com a mente aberta.

Sorria (2022)

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).