• Um Game of Thrones asiático
Eis aqui uma das séries mais subestimadas da atualidade.
Marco Polo conta a história do jovem Marco Polo (adoro como as séries ganham nomes criativos, tipo Dexter onde o personagem principal se chama Dexter, House onde o protagonista se chama House e agora Marco Polo também), que se aventura por aí com seu querido pai e vai parar na corte de Kublai, um khan mongol extremamente gordo poderoso que adota um semblante sombrio à primeira vista mas que depois mostra que não é tão mau assim. A trama não é biográfica, o que significa que váááários elementos da história de Marco são simplesmente fictícios.
Para se livrar de problemas maiores por motivos de contrabando, o pai de Marco, Niccolò, deixa o filho na corte de Kublai como prisioneiro (nada como um pai exemplar <3) – um estrangeiro italiano no meio de um bando de mongóis e chineses.
Com isso, Marco é forçado a se virar em terras tão estranhas e com uma cultura tão diferente da ocidental. No começo, ele fica perdido e sem saber o que fazer, mas com o tempo vai se acostumando e passa a fazer parte das intrigas e tramóias daquela corte.
O destaque maior da série é com certeza a fotografia. Não quero parecer aqueles críticos chatos técnicos que desatam a falar dessas coisas que ninguém quer saber, mas eu tenho que admitir: a produção de Marco Polo é sensacional. Cenários de tirar o fôlego, figurinos espetaculares, tudo contribui pra gente se sentir dentro do universo criado pela nossa querida Netflix.
Outro ponto importante são os personagens bem construídos e cativantes.
Em primeiro lugar, Cem Olhos – um monge chinês cego que poderia te derrubar com um simples golpe – brilha simplesmente por ser foda. Na verdade ele é muito mais interessante que isso, claro, mas não é todo dia que a gente vê um cego derrubando dezenas de inimigos (tô achando que a Netflix gosta desse perfil, né Demolidor). Em segundo lugar, Jia Sidao aparece como um ótimo vilão, bastante inteligente e com estratégias muito espertas. O relacionamento entre Marco e Kublai também é muito legal, muito bem construído e legal de se ver. Outros personagens também são atraentes, como Byamba, Ahmad e a Imperatriz Chabi, só pra dizer alguns.
Eu sei que botei no título que a série é tipo Game of Thrones, só que asiático. Porém, brincadeiras à parte, Marco Polo possui uma identidade única e singular. Dizer o contrário é a mesma coisa de dizer que Vikings é um Game of Thrones nórdico.
Se você ainda não começou a acompanhar esta série tão subestimada, minha dica é que dê uma chance a ela. Espero que se surpreenda assim como me surpreendi.
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Pô Ahmad, eu confiei em você!!1!11
- E pensar que eu achava que o Yusuf é que era o cuzão.
- É realmente muito legal ver a evolução da relação entre o Marco e o Kublai.
- Eu sei que é a cultura e tal, mas que agonia daquela cena que o Jia Sidao quebra os pés da Ching Ling lá.
- Sobre o Príncipe Jingim: cara chato, velho.
- A Imperatriz sempre sabe exatamente como domar o Kublai, é até engraçado.
- Byamba e Khutulun, melhor casal.
- Marco sou eu na vida amorosa.
- Por último: chupa, Sidao!
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Cem Olhos
Mano, é um monge cego que pratica kung fu e bate em geral. Pronto.
+ Melhor episódio: S01E10 (“The Heavenly and Primal”)
Um season finale épico pra coroar uma ótima temporada.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?