• Nenhum lugar é seguro
Arrasadora.
Desta forma começa a quinta temporada de uma das séries mais comentadas atualmente. Depois da temporada mais fraca até então, a série tinha a missão de recuperar a ação e o estilo que cativaram tantos fãs, e começa fazendo isso com responsa. Logo no primeiro episódio temos momentos eletrizantes e que nos deixam de olhos esbugalhados e concentrados totalmente nas cenas, ansiosos pelos desdobramentos da trama.
Pra quem não lembra direito, no final da temporada passada Rick e sua turminha do barulho decidiram tentar a chance em mais um refúgio seguro, até porque isto sempre deu certo nas outras vezes, né (com a fazenda, a prisão, enfim). Porém, obviamente, nem tudo é o que parece e eles acabam se metendo em uma enrascada daquelas!
Desculpem-me mas vou ter que soltar um pequeno spoiler do primeiro episódio. O fato é que a galera do Terminus, o novo refúgio seguro, curte o estilo Hannibal Lecter de ser. Pra falar a verdade, nem lembro se isto é mencionado na quarta temporada, mas só sei que o arco dos canibais é interessantíssimo. Contando com um vilão cínico, Gareth, a história se desenrola de maneira super cativante até mais ou menos o terceiro episódio. Sim, somente até o terceiro. Porque aqui a série alcança seu limite e passa a adotar mais claramente o que eu chamo carinhosamente de Padrão The Walking Deadiano (sim, acabei de inventar esse nome).
Diversas séries possuem um padrãozinho já definido. Supernatural, por exemplo, segue a fórmula de uma temporada de incontáveis fillers e não muita história; Dexter tem sempre um serial killer diferente em cada temporada, focada na trama do mesmo; outras, como Breaking Bad e Game of Thrones, optam por não seguir uma fórmula específica. Já The Walking Dead, devido à crescente audiência, foi formando um padrão que tá ficando cada vez mais enjoativo.
Xô explicar melhor. Vamos ao roteiro pronto de TWD: os 3, 4 primeiros episódios cheios de ação e mortes > do episódio 5 ao 7 somente enrolação disfarçada de “drama” e “desenvolvimento de personagens” > episódio 8 repleto de acontecimentos marcantes pra nos deixar curiosos pela outra metade da temporada > episódios 9 e 10 normalmente com alguns fatos importantes e comumente algumas mortes > episódios 11 ao 14 beeem paradões, de vez em quando com alguns momentos realmente interessantes > episódio 15 precedendo um conflito > último episódio cheio de sangue e zumbis. Fala sério, já tá manjado demais.
Esta fórmula pode ser notada perfeitamente nesta quinta temporada. Os primeiros capítulos, focados nos canibais, são sensacionais – dignos de nota. Depois disso a trama esfria e passa a dedicar vários minutos a subtramas de outros personagens e a conversas repetitivas. Como de praxe, o episódio 8 é repleto de coisas, deixando um gancho para o futuro da série.
A segunda metade da temporada se sustenta na descoberta de um novo refúgio bastante conhecido para os fãs dos quadrinhos. Contudo, muitas cenas são totalmente descartáveis. O meu maior problema com The Walking Dead atualmente não é a série ter momentos parados. Breaking Bad tinha 9805680459 cenas paradas mas em TWD por vezes temos a sensação de que a trama não anda, como diz meu irmão. É complicado dizer isso publicamente, tô me arriscando bastante aqui, porque inevitavelmente teremos a turminha do “se não gosta, não assiste” que acha que qualquer coisa tá boa. #falomesmo
Mesmo com estes grandes defeitos, não perdi a vontade de continuar acompanhando a história de Rick, Daryl, Michonne e a galera toda. Ainda acho que quando eles querem, os produtores conseguem nos dar bons episódios, mesmo se não trouxerem nenhuma ação, como o episódio 12, por exemplo. A temporada conta com momentos realmente muito bons, mas se o Padrão The Walking Deadiano permanecer, eu garanto que a série perderá audiência.
Agora que já mostrei o lado ruim das coisas, vamos aos méritos. Como eu tô com preguiça de colocar tudo em formato de texto, vou listar por tópicos:
– O desenvolvimento do personagem de Rick, cada vez mais perturbado e perigoso;
– O arco dos canibais;
– A consolidação de Carol, pra mim a melhor personagem da temporada;
– A apresentação e o conceito do novo refúgio.
– Alguns novos personagens e o retorno de outros;
– O amadurecimento de Carl, ficando cada vez menos chato;
– Os eventos dos últimos episódios.
O desenvolvimento dos personagens deve ser destacado nessa temporada. Apesar de conter muita enrolação, a temporada consegue mostrar lados de algumas pessoas que não conhecíamos antes, e a introdução de novos rostos contribui para as tramas de alguns.
Mesmo tendo me decepcionado com a preguiça dos roteiristas, ainda considero esta temporada no mesmo nível da quarta. Tinha potencial para ter sido melhor, mas confio que se a série retornar às suas origens de prezar pela qualidade, o resultado final sem dúvidas agradará a todos.
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- A lista de mortos desta temporada é bem considerável. R.I.P. Bob (nem me importava tanto assim com ele, mas fiquei com dó no final), R.I.P. Tyreese (gostava pra caramba desse cara, é uma pena ter morrido da maneira que morreu), R.I.P. Beth (posso parecer insensível, mas ela era uma personagem bem chatinha, né. Fiquei com mais pena da Maggie), R.I.P. Dawn (brincadeirinha), R.I.P. Aiden (brincadeirinha de novo) e R.I.P. Noah (se esqueceu de levar o xarope contra mordidas de zumbis). Ainda tem vários, mas botei só os mais importantes mesmo.
- Depois de ter aquela barba de respeito, Rick agora parece um bebezinho, coitado.
- Já shippo Carl e Enid sim.
- Que simpático aquele Padre Gabriel!!
- Gareth, mesmo aparecendo em poucos episódios, foi um dos melhores vilões da série. Queria que tivesse continuado por mais tempo.
- RESPEITA. A. CAROL.
- Michonne nocauteando o Rick depois dele ter feito um monólogo foda foi sensacional.
- Já quero que coisas ruins aconteçam com aquele otário do Nicholas.
- Será que enfim Rick encontrou uma nova paixão? Aguarde cenas dos próximos capítulos de Mortos de Amor.
- Você pode até ser burro, mas nunca chegará no nível de Beth com sua tesoura.
- Eugene mais falso que nota de 50 reais. Na minha carteira.
- Sério mesmo que o Pete queria bater de frente com o Rick? Que iludido.
- Não aguento mais aquela Sasha, na real. Trocaria ela pelo Tyreese numa boa
- Aaaaaaaa quero ver logo o que vai rolar entre o Rick e o Morgan. A próxima temporada promete (se os roteiristas quiserem).
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Carol Peletier
É impressionante a evolução dessa mulher. De esposa submissa à símbolo de coragem, Carol atinge seu ápice nessa temporada.
+ Melhor episódio: S05E01 (“No Sanctuary”)
Como eu já disse zilhões de vezes ali em cima, o destaque da temporada é o seu início. E o primeiro episódio é prova disso.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?