Marvel, Séries

Punho de Ferro: 1ª Temporada (2017)

• O Destruidor do Tentáculo

Um herói bilionário. Não é o Pantera Negra.
Dono de uma companhia. Não é o Tony Stark.
Sua habilidade em lutas é um de seus principais recursos. Não é o Bruce Wayne.
Um homem loiro e de pele clara. Não é o Oliver Queen.

Conheçam Danny RandPunho de Ferro.

A parceria entre Marvel e Netflix nos rendeu ótimas séries: Demolidor, Jessica Jones Luke Cage. Só faltava um membro para o time dos Defensores, um herói capaz de invocar uma magia muito louca e transformar seu punho numa arma poderosíssima, capaz até mesmo de abrir uma tampinha de Coca-Cola emperrada. Quando invocado, o punho do nosso misterioso herói fica dourado e brilha, mostrando que a porra está prestes a ficar bem séria.
Apesar de muita gente na Internet afirmar que a única série boa da Marvel/Netflix tenha sido Demolidor, enquanto JJ é apenas mediana e Luke Cage bem ruinzinha, eu discordo veementemente. Você pode me chamar de “marvete”, falar que tudo que a Netflix faz eu acho bom, mas cara, o que posso fazer se eu realmente gostei? Errado pra mim não é você gostar de algo baseado na sua própria opinião, mas sim dar críticas sobre alguma coisa baseado nas opiniões de gente que comenta no Facebook e nem sequer assistiu às obras.
Pois bem, fui com esse pensamento ao começar Punho de Ferro. Só tinha visto críticas negativas, falando que tudo era horrível e que não valia a pena assistir. Certo. Confesso que mesmo eu não indo muito na onda da crítica especializada, desanimei um pouco. Por causa da expectativa, algo que sempre menciono aqui no blog, o começo de Punho de Ferro me surpreendeu.
Resumindo, Danny Rand é um jovem ricaço que morreu. Como assim morreu, velho? Bom, quando era criança Danny partiu numa viagem de avião com seus pais. Ao passar por umas montanhas, o avião começou a dar defeito e acabou caindo, deixando o garoto órfão. Milagrosamente, Danny sobreviveu ao acidente, sendo acolhido por monges encapuzados.
O problema é que todo mundo concluiu que a família inteira havia morrido, sendo que Danny não voltara para casa por motivos que são explicados ao decorrer da série. Por isso, quando o órfão nova-iorquino retorna à cidade natal depois de uns 15 anos, ninguém acredita que ele é quem diz ser, até porque não fazia sentido o cara ter sobrevivido e não ter voltado para NY.
Esse é o pano de fundo inicial da trama. Ao longo dos episódios, as ameaças vão surgindo e o Tentáculo surge como principal inimigo. Para quem já conhecia a história do Punho de Ferro, esta parte era meio óbvia, mas pra quem só acompanha as séries foi uma surpresa boa continuar com a linha da segunda temporada de Demolidor.
Como eu já disse, o começo de Punho de Ferro me surpreendeu. Eu adoro essas histórias de “pessoa-que-estava-perdida-há-muito-tempo-e-depois-retornou-ao-mundo”.  No caso de Punho de Ferro, a pessoa em questão é extremamente inocente. Danny Rand em vários momentos demonstra não ter um pingo de malícia, algo fofinho no começo, mas irritante no final.
E por falar em irritante, o protagonista consegue ser bastante. A atuação de Finn Jones é um pouco fraquinha, sobretudo nas cenas de ação/conflito. Quando ele tá num momento casual, a gente não vê problema nenhum. Mas assim que surge um momento dramático parece que o ator incorpora uma expressão repetitiva de franzir as sobrancelhas e falar grosso. Com o passar do tempo, estes trejeitos se tornam enjoativos e a gente só torce pra luta começar logo.
Aliás, eis outro defeito – as lutas. Logo na primeira cena de trocação de socos me senti meio envergonhado. A ideia dos produtores foi boa, juro. Fazer as lutas parecerem danças foi uma bela sacada, mas a execução foi bem aquém do esperado. Alguns golpes eram estranhos, parecia que Danny só encostava nos oponentes e os carinhas caíam.
O massa é que eu comecei falando que a série me surpreendeu e então só soltei defeitos. Vamo seguir o jogo.

Curiosidade: Loki passou em filosofia na Federal e fez uma ponta no início do episódio 5

Eu disse que fiquei surpreendido porque Punho de Ferro começa sim interessante. Pra mim que não leio quadrinhos, o enredo me deixou ainda mais curioso pra saber o que diabos era “K’un-Lun”, qual era o propósito do Tentáculo e por que Danny tinha demorado tanto a voltar pra casa. O lado místico da história já estava sendo bem explorado, e quando os capítulos começaram a se voltar mais pra vida “normal” de Danny, as coisas continuaram cativantes.
Até mais ou menos a metade da temporada, eu estava fisgado. Lá pro episódio 5, pra mim o nível estava entre 4/4,5 Lelecos. Só foi eu pensar isso que a história esfriou um pouco, me deixando mais inclinado a dar 4 Lelecos, considerando o que eu havia visto até então. No episódio 10, eu concluí que realmente eu não poderia dar menos que isso porque a trama havia ficado boa novamente, mas assim que terminei a season finale tomei a decisão de dar 3,5 Lelecos.
Punho de Ferro realmente está abaixo das outras três séries dos Defensores. O protagonista não é tão carismático, as coreografias das lutas não são tão agradáveis de se ver e alguns elementos da série incomodam um pouco (a falta de explicação em diversas subtramas é um exemplo disso). Contudo, não a achei ruim. Ela me entreteve bastante e possui vários pontos positivos, como os personagens secundários e os vilões.
A série sobre o último membro dos Defensores tá bem longe de ser espetacular; entretanto, tá bem longe de ser ruim. É uma boa série com alguns bons momentos e outros medianos. Poderia ter sido beeeem melhor, mas ainda assim vale a pena assistir.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Foi só eu ou alguém mais achou que a Madame Gao ficou meio chatinha como vilã? Sei lá, acho que grande parte do potencial dela vinha do fato dela permanecer sempre agindo nas sombras. Vê-la tão ativa me deixou um pouco decepcionado, não sei por quê.
  • Aaaaaaaa a Colleen é linda demais, pqp. Como faço pra chamar ela no Tinder?
  • O que vocês acharam da breve cena tradicional do corredor? Eu por exemplo achei ela normal, legalzinha. Já meu irmão achou um lixo total, disse que ficou cômico. O que vocês acharam?
  • Desculpa, Netflix, mas que bando de chroma key falso, pqp.
  • Loras Tyrell e Nymeria Sand na mesma série, que coincidentemente tem um certo Davos e pessoas sendo jogadas pela janela por homens loiros. É Punho de Ferro ou Game of Thrones?
  • Meu Deus do céu, os irmãos Meachum são burros? Por que não perguntaram logo de cara algo pessoal ao Danny para saber se era ele mesmo? Hogarth fez isso e em menos de 1 minuto resolveu o problema.
  • O Kyle é aquele tipo de personagem que desde o começo a gente já sabe que vai morrer em algum ponto da história, né.
  • Cara, muito bons aqueles alívios cômicos com Danny na empresa kkk foram muito bem colocados.
  • Em uma das lutas da Colleen, o apresentador lá falou no microfone que o próximo oponente dela seria o “Duke”. Jurei que fosse ser o “Nuke” de JJ.
  • Joy Meachum – amar ou odiar?
  • Claire fazendo aquela participação obrigatória não podia faltar. Inclusive, muito divertida a cena dela no “jantar” com Danny e Colleen kkk
  • Ah, uma coisa que ficou bem sem sentido pra mim. Danny falou pra Colleen que tinha voto de castidade e tudo mais, mas na primeira oportunidade foi pra cama com ela. Ele não deveria ter resistido mais, se era tão fiel à galera de K’un-Lun?
  • O Punho do Danny deveria se chamar Cometa Halley, porque só aparece a cada 70 e poucos anos.
  • Por que diabos THE HAND traduziu como TENTÁCULO??????????
  • Genial a jogada do nome do Harold no celular do filho ser Frank N. Stein, sendo que no livro de Mary Shelley Frankenstein é o nome do doutor. Isso faz ainda mais sentido quando Harold (Frankenstein) diz que Ward é uma criação dele (o monstro).
  • Foi nítida a queda de qualidade durante o tempo em que Harold permaneceu “morto”. O cara fez falta.
  • Colleen quando pediu pra lutar contra dois caras ao mesmo tempo pareceu eu quando passei do hard pro expert no Guitar Hero.
  • Não sei bem por que, mas estranhamente achei muito foda aquela cena do japinha matando um cara ao som de Take on Me. Vai entender.
  • A Madame Gao se deixou ser capturada pelo Bakuto, né? Porque senão não faz sentido.
  • QUE PLOT TWIST FODAAA QUANDO O DAVOS APARECEU LÁ
  • Ah, um negócio que eu fiquei pensando. Foi muito forçada a parte em que a Colleen muda de ideia em relação ao Tentáculo. Sei lá, eu acho que teria sido mais interessante se o Bakuto fosse realmente um pouco diferente dos demais, pra provar pro Danny que nem tudo é preto no branco. Teria sido bem mais realista.
  • Ou, vamo combinar que aquele lugar do Bakuto parecia bom demais pra ser verdade. Né, Colleen?
  • Cara, infelizmente o episódio final não foi muito empolgante, ainda mais se levarmos em conta o episódio 10 e os primeiros capítulos. Uma pena.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Harold Meachum
Além do personagem ser muito bem construído, o ator que o interpreta (David Wenham, o Faramir de O Senhor dos Anéis) é de longe o melhor da série. Na moral, o cara tá um nível acima de todo mundo do elenco. Gostei muito da Colleen também, mas o Harold merece.

Que cara classudo

+ Melhor episódio: S01E10 (“Black Tiger Steals Heart”)
O mais empolgante e frenético capítulo da temporada conta com vários plot twist.

A Michonne da Marvel

+ Maior surpresa: Ward Meachum
Novamente eu vou fazer uma pequena mudança aqui. Pra quem tá lendo este pitaco isoladamente, devo explicar que desde o começo do blog eu falava só do melhor personagem e do melhor episódio. Nas últimas críticas, comecei a incluir os “prêmios” de “Maior surpresa”, “Maior decepção” e “Pior personagem”. A ideia era falar de todos eles em todo pitaco, mas achei melhor deixar estes três últimos como opcionais, ou seja, pode ser que num pitaco tenha somente um deles, ou dois, ou todos. Vou explicar melhor no post do Glossário do Leleco (deixei o link lá em cima, antes das ~ observações spoilentas ~).
Pra mim Ward Meachum foi uma surpresa por um motivo: evolução. Até mais ou menos a metade da temporada eu estava achando o ator bem fraco. De repente, o cara começou a ser exigido e se tornou um dos melhores. Ponto pra ele.

Quando eu ainda tô copiando e o professor apaga o quadro

+ Maior decepção: Danny Rand
Acho que já expliquei o porquê do Danny ter sido uma decepção. De personalidade fraca e contando com uma atuação enjoativa, o personagem não encanta como protagonista.

Quando o esmalte fica tão ruim que dá vontade de arrancar tudo na marra

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).