Drama, Séries

The Walking Dead: 7ª Temporada (2016/17)

The Boring Dead

Depois de um cliffhanger ridiculamente apelativo, a sétima temporada de TWD retorna com a esperança de uma retomada de qualidade.
Vamos fazer uma linha do tempo aqui. A primeira temporada foi excelente, a melhor; já a segunda foi mais lenta, mas com vários arcos legais; a terceira retornou com mais ação e um novo vilão; a quarta caiu um pouco, mas continuou com alguns núcleos interessantes; a quinta caiu quase tanto quanto a quarta, consolidando o formato “começo-bom-metade-tédio-final-foda“; a sexta foi dentre todas a que mais enrolou. O que poderíamos esperar da sétima?
Quem já leu os meus outros pitacos da série sabe que eu tenho um carinho enorme por TWD, principalmente por ter sido a primeira que eu assisti. Tenho muuuitas boas memórias,  como quando eu chegava na minha sala no ensino médio e já juntava com a galera, na intenção de comentar o que tinha acontecido no episódio que acabara de lançar. Lembro direitinho de eu chegar em casa animadão e já partir pra ver um novo capítulo, exigindo silêncio do resto da casa pra que minha sessão fosse digna.
Esta temporada marcou o fim de uma era, pelo menos pra mim. Eu sempre assistia aos novos episódios um dia depois de ser lançado na televisão, e durante este período eu me deslogava de todas as redes sociais e não falava com ninguém, porque se tem uma coisa que eu abomino é spoiler. No episódio de estreia desta sétima temporada, continuei fazendo isso, ainda mais porque eu precisava descobrir quem o Negan tinha matado. Contudo, na segunda metade da temporada as coisas estavam tão em marcha lenta que eu parei de acompanhar nos dias seguintes após o lançamento, e acabei esperando meses até finalmente assistir.
Agora que já contei minha historinha que vocês provavelmente nem ligam, vamos partir pra crítica logo. Quando a sexta temporada acabou, obviamente só se falava em uma coisa na internet: quem foi a vítima de Negan. Os fãs se dividiram em duas frentes – os que ficaram putos com essa jogadinha dos produtores pra manter a audiência (euzinho aqui entre eles) e os fãs que acharam uma sacada genial deixar todo mundo esperando. O fato é que de qualquer maneira, TODO MUNDO tava curioso pra saber logo, geral fazendo aposta de quem teria sido.
Pelo menos o primeiro episódio disse a que veio. De longe, mas de longe mesmo, o melhor da temporada, “The Day Will Come When You Won’t Be” nos faz ficar boquiabertos do início ao final. As atuações de Andrew Lincoln (Rick) e Jeffrey Dean Morgan (Negan) são as que mais se sobressaem neste momento: Rick com sua expressão de devastado e Negan com seu sadismo.
Infelizmente, os episódios seguintes não chegam nem perto da qualidade do primeiro, mas não os culpo por isso. O segundo é bastante legal, mostrando uma nova comunidade que possui um rei como líder, o qual possui uma tigresa de estimação. Sim, uma tigresa. E a comunidade do Rei Ezekiel não é a única inédita na série, temos mais uma – sem contar o desenvolvimento maior de Hilltop, a comunidade da baladinha sertaneja.
O problema é que a sétima temporada permanece com o mesmo padrão The Walking Deadiano que domina a série desde a quarta/quinta temporada, mais ou menos. O primeiro episódio é destruidor. Os 2 seguintes são legais. Depois a velocidade diminui, apenas para terminar a metade da temporada com momentos marcantes. E sim, a segunda metade também é a mesma coisa.
Sabe o que falta também em TWD? Alternância de núcleos. Que porra é essa, Leleco? Bom, estilo Game of Thrones. Pra quem não sabe, GoT possui dezenas de personagens diferentes, todos eles com uma história única e importante para a trama. E pra isso funcionar, a HBO nunca dedica um episódio inteiro a um só personagem, sempre há esta alternância, essa mudança pra desafogar e deixar a história fluir. The Walking Dead parece que desaprendeu a fazer isso, colocando um capítulo inteiro focado na Tara, por exemplo. Isso mesmo, na TARA. Sei que de certo modo sua storyline foi significativa, mas precisava de um episódio inteiro daquilo?
Outro ponto negativo foram os efeitos especiais. Não sou um daqueles babacões que acham que uma obra só pode ser boa se tiver efeitos visuais imersivos e espetaculares aos olhos. Contudo, com o orçamento que TWD tem, é meio vergonhoso assistir a algumas coisas, como a tão criticada cena do veado no episódio 12. Sério, acho que teria sido mais fácil eles recortarem a imagem do Bambi e inserirem na tela, pelo menos teria ficado fofo.
Contudo, nem tudo é ruim, é claro. O roteiro conseguiu trabalhar bem a relação entre Carl e Negan, tão famosa nos quadrinhos, resgatou bem o bromance entre Rick e Daryl e alguns personagens evoluíram muito. Destaco entre eles o próprio filho do Rick, que realmente tá deixando pra trás o estigma de moleque inútil e chato.
Já ficou claro para todos nós que quando The Walking Dead quer, pode produzir temporadas ótimas sem precisar enrolar e usar a desculpa de ““““desenvolvimento de personagens””””. Eu pessoalmente não tenho nenhum problema com tramas lentas, eu amei Luke Cage, por exemplo. O tenso é que TWD não está mais me empolgando como antigamente, e isso dói no meu coraçãozinho.
Mesmo com tantos argumentos negativos de minha parte, eu simplesmente não consigo odiar a série. Prova disso é a nota, 3 Lelecos, uma avaliação que não é alta, mas também não é baixinha. The Walking Dead pra mim é tipo aquele filho problemático, que faz muita merda, e você ainda assim não consegue deixar de amar. Mesmo com todos os incômodos e diálogos repetitivos, eu continuo amando o clima pós-apocalíptico e a trajetória dos personagens. E como eu faço minhas críticas baseadas no que eu achei e não na técnica, posso me dar ao luxo de dar a nota que eu quiser, hehe.
A sétima temporada de The Walking Dead é com certeza uma das piores da série. Ainda assim, conta com muitos bons momentos e cenas icônicas. Torço muito pra que TWD consiga entrar nos trilhos novamente, pois agora o que fica é somente a lembrança daquele garoto do ensino médio, que adorava ir pra aula nas segundas-feiras, somente para falar de zumbis.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Aaaaaaaaa infelizmente eu acertei meu palpite das vítimas do Negan. Abraham e Glenn, vocês morarão para sempre nos corações de todos os fãs <3
  • Posso dizer uma coisa aqui meio controversa? Fiquei mais triste pela morte do Abraham do que pela do Glenn. Sinceramente, e posso ser apedrejado por isso, à medida que o Glenn foi ficando mais sério com a Maggie, ele meio que foi perdendo seu brilho como personagem, assim como o Daryl quando o Merle se foi. Já Abraham era muito mais presente, tinha seu jeitão único. Enfim, só minha opinião mesmo, não me matem, rsrs.
  • Maaaano, gelei que o Rick ia cortar o braço do Carlos. O moleque já não tem um olho, imagino que tenso seria.
  • WE´RE ON EAAAASY STREET, AND IT FEEELS SO SWEET. MÚSICA DO CÃO AAAAA
  • Cara, a Maggie é de longe uma das personagens mais fortes de The Walking Dead. Ela perdeu a família na fazenda, depois o pai, depois a irmã e agora o marido, sem mencionar a amiga. Ainda assim ela continua firme. Respeito.
  • Olha, confesso que nunca fui o maior fã da Sasha não, a achava muito desequilibrada. Porém, o sacríficio dela foi muito esperto, se foi em grande estilo.
  • Morgaaaaaaan *-* já tava na hora dele voltar a ser um louco matador.
  • Espero sinceramente que a Michonne mate aquela Milla Jovovich do lixão – a mulher escrota do cabelo escroto.
  • Rick no primeiro episódio: cãozinho assustado. Rick no último episódio: lobo perigoso. Que contraste espetacular.
  • O que dizer daquele Simon, o Trevor de GTA V? Realmente concordo com algumas pessoas que disseram que em diversas cenas ele foi um vilão mais legal do que o próprio Negan.
  • Rosita tá um porre, pqp. Que mina chata, desculpaí.
  • Nhe, não consegui ficar triste com a morte do Spencer. Com a Olivia eu arrisquei um momento de tristeza, mas também não foi lá essas coisas.
  • O que esse Gregory quer da vida? Cara bundão.
  • Poxa, fiquei malzão pela morte do Benjamin. Pelo menos serviu pra despertar o lado maluco do Morgan.
  • JERRY MELHOR PERSONAGEM AAAAAAA
  • Senti muita falta do Jesus, um dos meus personagens favoritos atualmente. Queria ver mais dele.
  • Rick e Michonne matando zumbis com um cabo de aço – selo Zombie Kill of The Week de Zumbilândia.
  • Tadinha da Carol, realmente ela não tá bem, mas dá pra entender. A mulher partiu de uma esposa submissa a uma figura corajosa e fria. Ninguém muda assim de uma hora pra outra, Morgan é um grande exemplo disso. Eventualmente, a pessoa quebra.
  • Não sei o que pensar do Dwight. Não sei se o odeio ou se tenho pena.
  • Kkkk toda cena de ação o Ezekiel aparece com os olhos arregalados. Que comédia.
  • Richard poderia ter feito algo útil, mas extrapolou demais. Uma pena, meio que gostava dele.
  • SHIVA, VOCÊ É FODA. Eugene, você não é.
  • Até o Carl beijando e eu aqui. Tá foda, viu.
  • Cara, se for parar pra pensar, realmente a Maggie tem razão. Rick e Glenn começaram tudo. Eles que iniciaram todo o caminho que seria traçado pelo resto das pessoas. E isto é extremamente triste.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Maggie Rhee
Não, não coloquei o Negan como o melhor, mesmo sendo o mais badalado e tendo aparecido bem mais que a Maggie. Pensem bem agora, existe alguém mais forte do que ela atualmente, no contexto da série? A Carol talvez seja a que mais se aproxime, mas a ex-fazendeira possui um espírito inacreditável.

Sou fã dessa mina

+ Melhor episódio: S07E01 (“The Day Will Come When You Won’t Be”)
Preparem os lencinhos.

MVP da MLB

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).