• Adrenalina esmeralda
Já ouviram falar do ditado “tenha cuidado com o que deseja”? Obviamente que sim. Não sei se com vocês é assim também, mas toda vez que algum filme menciona o Brasil ou quando se passa dentro de nosso país, como Velozes e Furiosos: Operação Rio, bate aquela sensação de orgulho, sei lá. Pensando nisso, saber que um dos capítulos do MCU se situa dentro das favelas do Rio de Janeiro é algo que chega a dar uma animação, ainda mais por se tratar de O Incrível Hulk.
Estrelado por Edward Norton na pele do cientista Bruce Banner, o filme de número dois da Marvel é muito provavelmente o mais desprezado e esquecido de todos. Isso porque o ator principal não quis continuar no planejamento por estar envolvido com outros projetos, e a partir de Os Vingadores foi Mark Ruffalo quem assumiu o posto. Um enredo não lá muito memorável também contribuiu para esse fato, então vamos falar sobre isso neste pitaco mais curtinho do que o normal.
Sinopse
Sabe quando um filme começa, mostra umas cenas de paisagens aleatórias e alguns nomes aparecendo na tela e normalmente você ignora e fica conversando com alguém enquanto isso? Não o faça com O Incrível Hulk. Nessas partes que mencionei, ele na realidade revela algumas informações importantes para a trama.
Bruce Banner é um cientista especializado em raios gama que tenta fazer uma experiência com os mesmos e algo dá terrivelmente errado, fazendo com que ele se transforme num Shrek bombado toda vez que seus batimentos cardíacos se aceleram demais. Enquanto aquilo passa a ser um martírio pra ele, sua condição acaba despertando o interesse do Exército dos EUA, fazendo com que eles corram atrás do cientista para dissecá-lo a fim de que possam reproduzir o acidente e transformar o monstro verde em uma arma. Assim, Bruce foge para o Brasil, na favela da Rocinha, onde trabalha em uma fábrica de refrigerantes que poderia muito bem ser a do Guaraná Mineiro, Itubaína, Dollynho ou Ice Cola, mas eles optaram por usar um nome inventado lá. Tudo parece estar indo bem até que por um mero acaso seu passado o alcança, fazendo com que ele se mexa para fugir uma vez mais.
Crítica
O filme é uma bagunça com um roteiro pior que minha história “O Assassinato na Mansão”, a qual escrevi quando eu tinha uns 12 anos ou algo do tipo. Ele começa bem, com uma introdução breve e uma certa identificação com o protagonista. Ele é o legítimo cara bonzinho, querendo somente ficar na dele. Até aí tudo bem, mas tudo começa a desandar no momento em que a perseguição se inicia. O roteiro comete deslizes bobos e é um tanto quanto ridículo ver a elite policial norte-americana invadindo as favelas pra poder capturar o Banner. Mas fazer o quê, estadunidense tem tesão em cenas de ação em lugares do tipo.
No decorrer da história, parece que os personagens vão ficando cada vez mais sem graça. Edward Norton entrega um Banner sem sal, a Liv Tyler é totalmente desperdiçada como Betty, somente o General Ross (William Hurt) parece ter uma personalidade mais marcante. Não é de se espantar que ele tenha sido o único ator a continuar no MCU como alguém importante. Tim Roth, na pele de Emil Blonsky, interpreta um antagonista razoável, mas nem um pouco marcante. O terceiro ato é totalmente sem graça e sem sentido. Para vocês terem uma ideia, a cena pós-créditos é provavelmente uma das melhores do filme.
Veredito
Já adianto que poucos núcleos de O Incrível Hulk foram aproveitados na sequência do MCU. Basicamente, apenas a figura do General Ross permaneceu, com o restante ficando totalmente de lado. Isso é um reflexo do filme fraco produzido pela empresa, aquele que a gente só assiste porque faz parte do universo oficial. Ele tem suas partes boas, é claro, eu particularmente gosto bastante do primeiro ato. Contudo, infelizmente a obra não mantém o nível até o final.
Aviso: Tem uma cena pós-créditos.
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~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Vamos para as coisas idiotas do roteiro. Sei que se tratando da galera dos EUA, é algo totalmente compreensível, porque eles têm uma necessidade de se mostrar. Porém, a missão pra buscar o Banner na favela não deveria ter sido mais sutil? Não poderiam ter enviado alguém disfarçado pra drogar o cara e levá-lo dali na mocosa? É muita falta de inteligência.
- Mais uma coisa que eu não entendi: o Hulk sabe nadar ou voar? Porque tipo, ele tava no Rio de Janeiro, sudeste do Brasil. Do nada, ele foi parar na Guatemala, lá na América Central. Como??
- Como Bruce Banner conseguiu ultrapassar a fronteira dos EUA tão facilmente? Ele era um dos caras mais procurados pelo Exército e o filme nem se preocupa em explicar como o cientista burlou a segurança, só fez com que o general falasse que “ele era bom com esse tipo de coisa”. Isso é que é preguiça. Em todos os impasses naturais do roteiro, o longa se recusava a lidar com o problema.
- O que aconteceu com o Abominável? Beleza, ele levou uma surra do Hulk, ficou lá deitado e a Marvel quer que a gente acredite que o quê, o vilão se entregou pra polícia? Ou ele foi somente descontinuado? Ele parou de se transformar? Ele continuou com sintomas? Ele foi isolado, morto, teve os genes replicados? Porque tipo, ele tinha praticamente a mesma condição do Banner, então por que não usá-lo como arma? Aaaaaaa
- Nem tenho mais muita coisa pra dizer, acho. Achei massa a interação Green-Blue com o outro cientista, mas ele teve uma morte meio súbita demais. Se bem que descobri que ele é um personagem nos quadrinhos, né, um tal de Líder. Tipo um Megamente sem a pele azul.
- #ApariçãodoStanLee: em um momento de lazer, ele bebe um refrigerante contaminado pelo sangue do Banner e deixa a garrafa cair no chão. Os anticorpos do Stan Lee destruíram a mutação, certeza.
- Tony Stark encontrando o General Ross no bar foi um dos momentos mais históricos do MCU. Pela primeira vez, um contato entre os filmes estava sendo feito.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Thaddeus Ross
Isso é que é desafio. O Incrível Hulk não tem nenhum bom personagem, então vou botar o General Ross só porque ele foi o único ator que continuou recorrente.
+ Maior decepção: Todo mundo Elizabeth Ross
Sem personalidade nenhuma, muito menos carisma. Bruce Banner não chega a ser ruim, mas é um pouco sem gracinha também.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?