Animação, Curtinhas do Leleco

CurtinhasdoLeleco #30 – Pinóquio por Guillermo del Toro (2022)

• A mentira do autoritarismo

É impossível uma pessoa não conhecer Pinóquio. O garoto de madeira que deseja se tornar um menino de verdade? O boneco que cresce o nariz quando conta mentiras? Toda criança conhece logo cedo essa história, e ao longo dos anos ela ganhou diferentes adaptações. O grande destaque da vez é a versão do diretor mexicano Guillermo del Toro, disponível na Netflix e que venceu como Melhor Animação no Oscar.

Gepeto vive alegremente com seu filho até que uma tragédia acontece. Para suprir a ausência do garoto, o homem decide construir um boneco de madeira, que magicamente ganha vida e dá origem a diversas confusões de todos os tipos.

Uma coisa que inegavelmente Guillermo del Toro possui é personalidade. Aqueles que conhecem a carreira do cineasta estão acostumados ao seu estilo característico, desde as alegorias de O Labirinto do Fauno até a filosofia de A Forma d’Água. Na animação de Pinóquio, a visão do diretor ganha formas ainda mais marcantes.

Um elemento muito específico que aparece neste longa é a ambientação política. Pinóquio de Del Toro se passa em meio à Segunda Guerra Mundial, na Itália fascista dos anos 1940. Isso pode parecer deslocado, mas tal cenário dialoga muito bem com o enredo principal, dando um aspecto maior de originalidade.

Além disso, Pinóquio consegue ser sóbrio, sem deixar de lado o tom otimista. O boneco de madeira e suas descobertas dão leveza à obra, mesmo quando se toca em temas como luto, perda e opressão. Poucos diretores conseguiriam misturar elementos tão contrastantes de forma que o resultado final ficasse não só satisfatório, mas com grande profundidade.

A animação em si, na técnica de stop motion, é incrivelmente bem feita. O cerne da história já é bastante conhecido, então só dá pra inovar até um certo ponto. Contudo, Del Toro leva o roteiro até o limite, colocando-o como uma releitura revitalizada. É comum que o cinema resgate obras com a desculpinha de trazer algo novo, mas são poucas as vezes em que há realmente uma novidade. Essa é uma delas. Nota final: 4,5/5.

O criador e a criação

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).