Curtinhas do Leleco, Drama

CurtinhasdoLeleco #69 – Rustin (2023)

rustin

• A força das minorias

Eu sempre lembro de uma vez que um brasileiro publicou algo sobre Martin Luther King no Twitter (não, eu não vou chamá-lo de X), e apareceu um monte de estadunidenses perguntando como ele conhecia aquele homem. É engraçado como a galera dos EUA pensa que o mundo todo é ignorante igual eles. Tá, mas o que isso tem a ver com a crítica de hoje? Quase nada, mas esse episódio me veio à cabeça e eu quis começar o texto assim.

Toda revolução possui figuras centrais de liderança, além de pessoas que dão as caras apenas nos bastidores. É o caso do excêntrico Bayard Rustin, conselheiro de Martin Luther King, que era frequentemente diminuído devido à sua orientação sexual.

Eu gosto muito de histórias inspiradoras, em que regimes opressivos são derrubados. E quer um regime mais opressivo do que o racismo dos EUA no século XX, que perdura até hoje? Portanto, a trama de Rustin logo me chamou a atenção, ainda mais por trazer à tona um homem pouco mencionado quando falamos do movimento por direitos civis.

O protagonista, interpretado por Colman Domingo, é marcante. Ironicamente, ele sofre para validar as suas opiniões por ser gay, em um movimento que tem como base a luta em prol das minorias.

Com isso, o filme traz uma discussão pertinente: se você é contra um tipo de preconceito, precisa ser contra todos. Não adianta nada ser antirracista e homofóbico. É simplesmente contraditório. E isso vale pra todos os tipos de exclusão social, como misoginia e xenofobia.

Apesar de ter personagens interessantes e um bom elenco (Jeffrey Wright e Chris Rock também estão presentes, além de outros rostos conhecidos), Rustin infelizmente não é tão profundo quanto poderia. Ele constrói bem o seu enredo, mas tropeça no próprio desenvolvimento e o que deveria ser o ápice acaba sendo um conjunto de poucas cenas de emoção reduzida. É o típico filme de ótima premissa, mas execução que transita entre boa e mediana.

Ainda assim, Rustin, disponível na Netflix, vale a conferida pra quem se interessa pelo assunto e quer conhecer um nome pouco lembrado de um dos eventos mais importantes da década de 1960.

A união faz a força

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).