• Quem são os verdadeiros monstros?
Este filme era pra ser da Disney. Quando estava mais da metade completo, a empresa decidiu abandoná-lo, provavelmente porque abordava muitos temas LGBTQIA+. A Netflix resolveu resgatar e investir no projeto, que recebeu uma indicação ao Oscar 2024 como Melhor Animação. Bom acerto da vermelhinha.
Ballister é um plebeu comum que subiu ao posto de cavaleiro após a rainha acreditar em seu potencial. Porém, quando é injustamente acusado de homicídio, o homem é obrigado a fugir do reino. Com isso, ele ganha a ajuda imprevisível de Nimona, uma garota cheia de personalidade com poderes fora do comum.
O texto e o subtexto de Nimona são transparentes de tão claros. Toda a base da história insiste na definição de “monstros” na sociedade. Neste filme, o conceito é literal em sua superfície, mas as metáforas e alusões ao mundo real estão ali para todos verem, de forma que não dá pra não pegar.
Afinal de contas, quem são os verdadeiros monstros em uma vida comunitária? Nimona trata disso de maneira aberta, até pra facilitar a mensagem. No entanto, não é uma animação que se resume ao impacto do seu propósito narrativo mais óbvio. Acima disso, é um filme divertido, leve e engraçado.
Os personagens são cativantes, sobretudo a dupla formada por Ballister e Nimona. As figuras de antagonismo são menos marcantes, mas por uma razão. A intenção do roteiro não é vilanizar uma única pessoa, e sim uma forma de pensamento específica. Portanto, os inimigos são mais invisíveis do que a gente imagina, traçando um paralelo com o nosso universo.
Eu senti uma vibe muito parecida com A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas neste filme. O estilo é similar em vários aspectos, como a história acelerada, o humor meio exagerado e a ironia narrativa presente nos personagens e na trama em si. O ritmo se arrasta ligeiramente no terceiro ato após a grande revelação do enredo, mas a conclusão é digna e condizente com tudo que foi proposto.
Nimona é uma animação descontraída e uma grata surpresa. Explora temas importantes, faz a gente rir e constrói um cenário gostoso de acompanhar.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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