• Do lado de cá do muro
Eu sempre fui fascinado em História. Até por influência do meu pai, um dos temas que sempre me interessaram é a Segunda Guerra Mundial. Já vi incontáveis filmes sobre o assunto. Portanto, Zona de Interesse me gerou altas expectativas.
Na década de 1940, a família de um oficial nazista leva uma vida normal e tranquila ao lado do campo de concentração de Auschwitz, em meio ao Holocausto.
Zona de Interesse proporciona um constante incômodo. Dou um destaque especial ao trabalho sonoro, que faz os ossos tremerem. A trilha cumpre a missão de gerar tensão com sutileza e maestria, assim como a fotografia. Enquanto crianças brincam na piscina, é possível ouvir gritos de desespero e ver uma fumaça agourenta no fundo da cena.
Zona de Interesse é bem diferente de outras obras que abordam o Holocausto. Normalmente, filmes do tipo optam por retratar a realidade das vítimas, sendo que alguns o fazem de maneira insensível e apelativa. O diretor Jonathan Glazer escolhe um trajeto diferente, mostrando como era a rotina dos responsáveis pelo massacre.
Fica no nosso imaginário aquela noção de que os nazistas são cruéis e que o dia a dia deles devia ser composto por episódios de insanidade a cada minuto. A verdade é mais assustadora que isso. Afinal, a indiferença muitas vezes é mais poderosa do que o ódio, e o filme transmite bem essa ideia.
Em mim, porém, Zona de Interesse não causou um impacto contínuo ao longo de toda a duração. O conceito do filme é excelente, mas eu senti que ele se torna monótono cedo demais. Sim, eu sei que a intenção do roteiro era mostrar exatamente a monotonia frente a um genocídio. O que eu quero dizer é que eu captei a mensagem na primeira meia hora, e fiquei esperando o que viria na sequência. Contudo, a trama anda em círculos, repetindo os mesmos argumentos até o fim.
Zona de Interesse é um retrato de como a maldade humana fica ainda mais terrível diante de um sentimento de apatia. O filme pode até se tornar redundante, mas possui múltiplas camadas e provavelmente ficará na sua cabeça por muito tempo após os créditos.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?
