• Poder para o povo!
Eu acho muito doido o quanto o mundo é grande. Tipo, pode estar acontecendo algo inacreditável em determinado lugar do globo, e é bem possível que a gente nem fique sabendo. Ainda mais na África, que infelizmente não tem nenhum espaço na mídia tradicional. Este documentário fala sobre um desses casos.
Bobi Wine é o músico mais popular de Uganda, um país governado há três décadas pela mesma pessoa. Quando percebe o quanto pode projetar a sua voz e utilizá-la como ferramenta, Bobi entra no mundo da política para tentar encerrar o regime ditatorial.
Eu não sou daqueles que acham que existe uma guerra pior do que a outra, pelo menos não exatamente. Mesmo assim, não há como negar que um conflito acontecendo na Europa chama muito mais atenção do que constantes quebras dos direitos humanos em um país “menos desenvolvido”.
É essa a situação de Uganda. Lá não há democracia, e a oposição é uma fachada que é esmagada assim que se torna inconveniente demais. E o que as nações que se consideram desenvolvidas fazem? Mandam dinheiro pra sustentar uma ditadura, responsável pelo sequestro, tortura e morte de dezenas de inocentes. Para os poderosos, “mandar dinheiro pra África” é apenas um ato pra se sentirem melhor consigo mesmos.
Debates políticos à parte, o documentário Bobi Wine: O Presidente do Povo é o meu favorito da lista deste ano no Oscar de 2024. É engajante e expõe a linha de frente de uma espécie de guerra civil que se estende por anos e começa somente agora a elaborar uma oposição realmente combativa. É revoltante de assistir, mas infelizmente a realidade é assim.
A figura de Bobi Wine, de quem eu nunca tinha ouvido falar, é inspiradora. Ele é um autêntico revolucionário, cuja causa é o elemento mais importante de sua vida. Não tem como não sentir vontade de acompanhá-lo, e o filme executa muito bem essa tarefa.
Bobi Wine: O Presidente do Povo é um documentário que todo mundo deveria ver, porque é importante que certos horrores tenham a visibilidade e o alcance necessários para que sejam encerrados. Afinal, guerra é guerra em qualquer lugar do mundo.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?
