• Responsabilidade emocional

O diretor Joachim Trier definiu este filme como uma comédia romântica pra quem não gosta de comédias românticas. Não poderia existir uma definição melhor.

Julie tem quase 30 anos e não consegue tomar decisões duradouras. Em um momento, quer ser psicóloga. Em outro, deseja ser fotógrafa. Isso se reflete também na sua vida amorosa, quando não é capaz de escolher com quem sente vontade de construir um futuro – um cartunista mais velho ou um jovem atendente de cafeteria.

A Pior Pessoa do Mundo tem personalidade. Isso fica bastante claro em vários momentos, a começar pela estrutura episódica da história, com 12 capítulos, além de prólogo e epílogo. O filme também possui uma montagem não convencional, apostando em cenas que fogem do lugar comum. Eu destaco duas delas pra usar como exemplo: a parte em que quase todos os personagens paralisam e a sequência envolvendo cogumelos alucinógenos.

O roteiro é charmoso e transborda em identidade própria. O jeito volátil de Julie é divertido, deixando o enredo tão interessante quanto imprevisível. Ajuda muito o fato de que não há aqui juízo de valor sobre as ações da personagem central, deixando que a gente interprete cada decisão tendo como base a nossa visão de mundo, mas sempre entendendo o lado da protagonista.

Parece um filme excelente do começo ao fim, né? Infelizmente, não é bem assim. Em situações pontuais, o filme exagera na contemplação daquele universo e estica cenas e diálogos a ponto de torná-los enjoativos e repetitivos. A última meia hora é até meio difícil de assistir, pois o longa se arrasta até não poder mais. No finalzinho, ele recupera parte de seu fôlego, mas já era meio tarde pra compensar a quebra de ritmo.

A Pior Pessoa do Mundo agarra o conceito de comédia romântica e o remexe até transformá-lo em algo original. Sem dúvidas, isso é um mérito. A montagem e as atuações também, assim como a trilha sonora e a fotografia. O roteiro e a direção, porém, tropeçam no ponto em que normalmente ocorre o clímax, fazendo com que eu me lembre com mais carinho do início do que do fim.

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes

Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?