• Comunicação é a chave
O que aconteceria se uma nave alienígena chegasse na Terra? Embora não dê pra gente classificar essa ficção científica como “realista”, pois ninguém faz ideia de como funciona a vida fora do nosso planeta, A Chegada tem um inegável pé no chão que o torna único.
Em um dia qualquer, 12 espaçonaves pousam em diferentes pontos do mundo. Uma delas (é claro) tá nos EUA. Os militares então convocam uma linguista renomada pra poder ajudá-los a se comunicar com os misteriosos extraterrestres, a fim de descobrir seus propósitos e saber se há motivo pra se preocupar.
Eu já falei antes sobre um probleminha que tenho com o diretor Denis Villeneuve: excesso de contemplação. Não me importo com narrativas mais lentas e sequências vagarosas com o intuito de mostrar paisagens ou detalhes mais sutis. O problema é que os filmes desse cineasta passam um pouco do ponto. Senti isso em Blade Runner 2049 e Duna, e em A Chegada não é diferente.
Porém, isso nem de perto apaga todos os méritos do longa estrelado por Amy Adams e Jeremy Renner. Na verdade, tais problemas de ritmo estão inseridos quase exclusivamente no início do segundo ato, quando o conflito principal da trama começa a tomar forma. A partir dali, o diretor acerta a mão e a história decola de vez.
O roteiro de A Chegada, baseado no livro História da Sua Vida, de Ted Chiang, é excelente. A construção do enredo pega uma vertente singular na ficção científica – a comunicação. A própria ciência precisa se aliar a ela, e isso tudo é muito bem explorado pelo texto e pelos personagens.
Esteticamente, é um filme bonito de se ver, e isso se traduz na parte sonora. A bem da verdade, se tem algo que eu não posso reclamar do Villeneuve é da sua habilidade em comandar obras-primas no sentido técnico. Aqui, embora algumas cenas sejam esticadas demais, o conjunto é instigante e tem consciência de suas qualidades, tendo um final sublime.
A Chegada é uma ficção científica obrigatória pra quem busca fugir do formulaico modelo de aliens em busca de sangue. É, acima de tudo, um filme sobre como a comunicação é a principal arma do ser humano.
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