• O terceiro ato
É muito legal acompanhar o início de uma nova geração em Skins. Ter os primeiros contatos com os personagens, tentar identificar quem é legal, quem é chato e quem tem o potencial de ser ambos, tentar entender como vão funcionar as dinâmicas e quem tem interesse em quem… é tudo um tanto quanto mágico de ver. Nesta terceira geração, há uma qualidade que a coloca acima das duas anteriores, mas há também um defeito evidente que a deixa um patamar abaixo.
Sinopse
Franky sofre com o próprio corpo e é constantemente ridicularizada por não parecer “feminina”. Alo e Rich são dois melhores amigos que buscam experiências diferentes no colégio – o primeiro é um carismático filho de fazendeiros, e o segundo é um metaleiro que faz questão de ser conhecido por isso. Mini, Grace e Liv formam um grupinho unido, mas de personalidades bem distintas; Mini é quase a personificação da Regina George de Meninas Malvadas, Grace parece ter a alma mais pura de todas e Liv tem uma família complicada. Nick, o atleta, é o namorado de Mini, e Matty é um estranho em sua própria casa.
Crítica
Vamos começar pelas coisas boas. A terceira geração de Skins, a partir de sua introdução na quinta temporada, é a que melhor transmite a sensação de amizade. Eu nunca gostei tanto assim das dinâmicas das outras duas gerações, quando todos os personagens estavam reunidos. Havia muita falsidade e tensão no ar. Sei que isso servia pra esquentar os conflitos, mas sempre me fez questionar o porquê de certas pessoas andarem juntas.
Na quinta temporada, obviamente há conflitos entre diferentes personagens, criando rachaduras, brigas e segredos. Com o tempo, porém, certas coisas vão mudando e os rolês do grupo parecem críveis. Eu senti que existia ali um companheirismo, por mais turbulentas que estivessem as coisas. Pra mim, fazia sentido quando a galera se juntava pra se divertir, como se, apesar de todas as diferenças, houvesse algo invisível unindo a todos, consequentemente nos aproximando mais dos personagens no âmbito coletivo.
Infelizmente, a série meio que se sabota nesse quesito. Ao contrário das outras quatro temporadas, as festas são pouco mostradas. Sempre que estava prestes a começar alguma resenha, o personagem que estava sendo o centro do episódio se afastava do restante e a câmera se deslocava junto, optando por contar histórias individuais em vez de investir em jornadas grupais. Não vou negar, isso me decepcionou ao longo dos episódios.
A situação fica pior porque, como seres individuais, os personagens da terceira geração não são assim tão carismáticos. Franky, Alo, Rich e Grace são os destaques positivos. Matty, Liv e Nick me deram muita preguiça de acompanhá-los. A única que se colocou no meio-termo foi Mini, que, apesar de ser um arquétipo pra lá de familiar, representando a garota popular e odiável, apresentou camadas que a credenciam como uma personagem bem construída, apesar de não ser exatamente agradável.
Em questão de romances, Skins consegue o seu primeiro grande acerto de toda a série nesta quinta temporada, com um casal por quem a gente torce e fica querendo ver mais a respeito. Outros arcos românticos não funcionam tão bem, mas talvez isso tenha mais relação com os personagens que os envolvem do que com a trama em si.
Veredito
A quinta temporada de Skins sofre com a falta de encanto de praticamente metade dos personagens da nova geração. Algumas histórias individuais são desinteressantes, mas a temporada brilha quando aposta na dinâmica coletiva de seus pares. Os elementos característicos da série seguem existindo, ainda que fiquem nas sombras em alguns momentos, e a trama tem um começo e fim muito bem orquestrados, ao contrário da temporada anterior, por exemplo. A oscilação entre partes instigantes e desestimulantes, contudo, parece estar virando uma marca registrada da obra.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco
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~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Franky: gostei bastante, e achei muito massa como ela meio que sempre tentava fazer todo mundo se sentir bem, incluindo a Mini, que a tratou mal durante quase todo o tempo. Porém, não curti tanto assim o envolvimento dela com o Matty, achei um casal sem sal e que pareceu meio abrupto.
- Rich e Grace: sinto dizer que eu me identifiquei muito com ele. Nunca fui tão metaleiro quanto, a ponto de me vestir de preto o tempo todo e ouvir músicas barulhentas em excesso, mas tive a minha fase de roqueiro durante a adolescência. Deu pra ver o quanto esse comportamento pode ser chato, mas próprio da adolescência, e a influência da Grace na vida dele foi essencial pra torná-lo uma pessoa mais palatável. Sobre a Grace, não esperava que ela seria filha do diretor Blood, achei toda aquela história bem divertida.
- Mini: fiquei surpreso pela história de ela ainda ser virgem e manter aquela pose de garota fodona perto de todo mundo. Mostrou que as pessoas têm muito mais camadas do que a gente imagina. E, realmente, jamais daria certo entre ela e o Nick.
- Liv e Matty: achei boa a parceria entre os dois, e sinceramente acredito que formariam um casal melhor do que Franky e Matty. Achei doideira também que o Matty é irmão do Nick – eles realmente se parecem muito fisicamente.
- Nick: eu comecei a temporada o odiando e terminei pensando que ele poderia ser um cara genuinamente legal. De novo, a gente é totalmente influenciado pelas pessoas que nos circundam, e ele ficou bem mais maneiro quando passou a andar com o restante do grupo.
- Alo: ele me lembrou um pouco o Chris, com aquele jeito meio irresponsável de ser. Adorei a guerra de camisinha que ele travou com os demais amigos, e ainda bem que ele não foi responsável pela morte do pai, que passou mal após o filho enfrentá-lo.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Grace Blood
Franky, Rich, Alo e Grace, que eu mencionei lá em cima na parte da crítica, poderiam facilmente ter ocupado esse posto. Optei pela Grace porque ela foi bem em todas as frentes, tanto no individual quanto no coletivo.
+ Melhor episódio: S05E08 (“Everyone”)
Todos os elementos únicos de amizade presentes na introdução da terceira geração chegam ao ápice aqui.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?