• Nem tudo são flores
Antes de ir ao cinema, eu conhecia muito pouco sobre É Assim Que Acaba, baseado no livro homônimo escrito por Colleen Hoover, mas sabia que havia alguma questão de relacionamento abusivo. Por isso, fui com a expectativa de que seria um misto de romance e drama, mas o filme passa tempo demais focando no gênero errado.
Lily Bloom chega em Boston com o sonho de inaugurar uma floricultura. A sua vida também ganha um novo significado quando ela conhece o neurocirurgião Ryle Kincaid. Aquela relação evolui de forma feliz, mas nem tudo são flores.
A primeira hora de É Assim Que Acaba é recheada de clichês, desde a construção dos personagens a elementos audiovisuais, como a trilha sonora tão sutil quanto um chute do Anderson Silva. As atuações da dupla principal, formada por Blake Lively e Justin Baldoni (que por acaso também é o diretor), são medíocres, pra não dizer sofríveis.
Na segunda metade, o filme se transforma a partir da entrada de um novo personagem, Atlas. O enredo melhora e começa a tomar um caminho diferente, e eu até me surpreendi positivamente com o rumo de alguns acontecimentos. Porém, após minha namorada me falar de aspectos que ficaram de fora das telonas em comparação à obra original, percebi que aquilo tudo havia sido uma grande oportunidade perdida.
Com base nos exemplos que ela me contou, os personagens, inclusive os protagonistas, possuem bem mais profundidade no livro e o filme perdeu tempo excessivo apostando em um romance sem química alguma. Os elementos fortes da trama foram subutilizados ou então totalmente descartados.
É como se É Assim Que Acaba tivesse vergonha do seu lado dramático e quisesse aflorar o romance, achando que seria uma escolha mais segura, mas dando um tiro no pé. Pra completar, a narrativa é bem inconstante e o final, esticado. Até os flashbacks, que poderiam ter sido um bom complemento, são mal trabalhados.
É Assim Que Acaba tinha uma história decente em mãos, podendo explorar temas relevantes e gerar um debate construtivo. É uma pena que a direção e o roteiro extraíram o pior possível do material-base.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco
Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes
Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?