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AnáliseRicardo #19 – MaXXXine é o filme mais fraco da trilogia de Ti West

maxxxine ricardo

• Inspiração em momentos específicos

Opa, bão?

Esse foi o ano da entrega do terceiro capítulo dessa franquia. Eu vi que ele é um pouco controverso entre muitos aqui, mas hoje vou elaborar um pouquinho mais sobre MaXXXine. Vem comigo!

Para iniciar nossa conversa, eu garanto que eu achei o filme mediano para bom. Acho que dos três lançados até agora ele é o mais fraco, mas isso não quer dizer que ele seja ruim, mas sim que seus antecessores são bem melhores que ele.

Alguns aspectos que faziam os antecessores serem mais interessantes para mim meio que foram deixados de lado nesse filme.

Entre esses aspectos, eu posso destacar a edição do Ti West que não foi tão boa e achei que em certos momentos até deu uma truncada no longa. A própria direção dele não me pareceu estar tão inspirada quanto nos outros dois longas, mesmo que me parecesse que ele estava em casa com suas inspirações nos filmes de terror B dos anos 80.

A única coisa que não se pode negar é a atuação da Mia Goth, novamente carregando a trama da sua personagem e elevando a trama lateral que se tem com os personagens secundários. Outro que eu gostei demais nesse longa foi o detetive interpretado por Kevin Bacon. Eu estava tentando imaginar como ele se encaixaria ou entraria nesse mundinho Ti West aqui sem ser um Kevin Bacon que a gente viu e reviu outras vezes, e pra mim foi um personagem surpreendentemente bom.

Kevin Bacon em MaXXXine

Só que, como eu falei, esse filme parece ter inspiração só em alguns momentos. Eu diria que daria para resumir esse filme como inspiração em momentos específicos.

Um exemplo que eu dou é o que ele brincou com o Psicose do Hitchcock, legal a reverência e tals, mas o que mais? Ele brincou com Dublê de Corpo do De Palma, bacana demais, só que vai ficar nisso?

Acho que a melhor qualidade desse longa ainda está no seu texto e na sua estética, certo?

A estética oitentista é muito bonita visualmente, eu gosto pelo menos. Explorar a Los Angeles daquele tempo é algo que me diverte bastante, principalmente esse lado menos “glamourizado” da região.

O Ti West colocou para jogo uma conversa sobre o tal pânico satânico que era marcante da década aproveitando para mostrar como ele atingia os que estavam perto do esquecimento na região.

Para muitos, esse foi o erro do longa, afirmando que queria ver um pouco mais desse serial killer em tela. No entanto, eu levanto outro ponto: o filme é sobre o que queremos ver ou o que ele pode nos proporcionar?

Não tiro a razão de quem critica o filme por esse aspecto não, eu mesmo fiquei tentando entender a ligação entre o Night Stalker e a MaXXXine, pensando se o filme ia mesmo abandonar o debate que tinha proposto lá nos dois filmes.

Felizmente, quando as revelações vão tomando forma, eu consegui entender que esse talvez esse seja o diretor tentando destacar ainda mais o lado puritano e moralista dos estadunidenses, utilizando de serial killer para atacar quem “fere” a moral deles.

É interessante, mas acho que não foi tão bem trabalhado assim, até porque causou confusão em muita gente.

Ainda vamos ter mais desse universo, dá pra sentir que Ti West ainda tem mais coisa para contar, principalmente agora que a protagonista alcançou o que buscava. A curiosidade para ver se Maxine Minx vai se tornar uma Pearl, mesmo alcançando seus sonhos, me deixa muito mais animado para as sequências. Até porque agora, principalmente após MaXXXine, a saga mostrou para onde quer ir e para onde a sua protagonista pode ir.

Se eu falei nos outros filmes que o tal sonho americano era o principal vilão da franquia, agora vamos ver quais os obstáculos que ele coloca na frente de quem já chegou perto de onde queria chegar. Vamos ter a chance de ver o que podem fazer para tirar dela esse sonho, mas principalmente, vamos ver o que ela é capaz de fazer para manter-se onde ela quer.

MaXXXine é um filme mediano. Dependendo da sua expectativa e paciência para o dia que for ver, pode se tornar um filme fraco e chato. Eu gostei, posso dizer que muito pela atuação da Mia Goth e Kevin Bacon, mas eu gostei muito também da perspectiva que ele trouxe para a personagem central de toda a saga. Tem história ali, e eu tô doidinho para ver como isso vai acabar.

 

Ricardo Gomes
O Sharkboy que estuda Jornalismo e ama o cinema

 

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Este texto faz parte de um quadro de colaborações com outros redatores. O artigo não foi escrito pelo maravilhoso Luiz Felipe Mendes, dono do blog, e não necessariamente está alinhado às ideias dele.

Publicado por Ricardo Gomes

O cara que mais perde tempo assistindo TV e escrevendo sobre, segundo Michelle (minha gata).