• Os nove círculos do Inferno
Em uma prisão vertical na Espanha, dezenas de pessoas precisam sobreviver com apenas uma remessa de alimentos por dia, favorecendo aqueles que estão nos primeiros níveis e obrigando os prisioneiros lá de baixo a fazer de tudo pra sobreviver.
Eu me lembro de quando esse filme chegou à Netflix e se tornou um fenômeno. Grande parte disso foi porque o seu lançamento ocorreu na mesma época em que começou a pandemia da Covid-19, e as plataformas de streaming se tornaram a grande opção de entretenimento.
Após a chegada de O Poço 2, decidi revisitar o primeiro pra me lembrar de alguns acontecimentos e gerar um hype interno pela sequência. A minha opinião segue praticamente a mesma de quatro anos atrás, e já começo dizendo que eu acho este filme bastante bom.
O comentário social de O Poço é óbvio – não tem palavra melhor pra descrevê-lo. Os ricos se esbanjam enquanto os pobres ficam com as sobras, e ninguém faz nada pra mudar isso. As pessoas que sentem o gosto da fome e posteriormente ganham a oportunidade de se banquetear não sentem um pingo de empatia por quem trocou de lugar com eles. É uma crítica nem um pouco sutil ao capitalismo, mas nem sempre a falta de sutileza é um defeito, sobretudo em uma sociedade cada vez menos capaz de interpretar.
Além de saber transmitir as suas críticas com clareza, O Poço tem uma narrativa bem contada. Nós acompanhamos Goreng, um idealista que aos poucos vai perdendo a sua essência. E, assim como ele, também vamos sentindo a crescente desesperança diante daquela situação, adotando uma postura pessimista.
Com apenas 1h30 de duração, o filme deixa muitas brechas e perguntas não respondidas. Pode não parecer na superfície, mas é o tipo de história que, quanto mais você pensa, mais surgem incongruências. Além disso, acho que alguns personagens são meio caricatos e certos diálogos tentam ser tão profundos que acabam soando superficiais.
O Poço explora como o ser humano é levado ao limite em situações extremas, principalmente as que envolvem comida. O roteiro trabalha bem as suas alegorias, mas faltou capricho pra amarrar melhor as pontas soltas.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?