• Crônicas imprevisíveis
Seis histórias diferentes compartilham algo em comum: todas elas possuem uma pitada generosa de ironia e abordam aspectos únicos da identidade humana.
Fazia tempo que eu não terminava de assistir a um filme com a certeza absoluta de que ele merecia nota máxima. Durante toda a duração de Relatos Selvagens, fiquei com um sorriso no rosto e uma curiosidade insaciável sobre como terminaria cada crônica e qual seria o tema da história seguinte.
Eu não vou escrever a sinopse de cada trama trabalhada pelo filme, até porque uma boa parte da graça tá em não saber o que te espera. Porém, posso dizer que em todas elas eu dei risada, mesmo em contextos de crimes e mortes. Sério, o roteiro é muito afiado. A maneira como ele desenrola a narrativa é genial e completamente imprevisível. Eu não consegui adivinhar como nenhuma das histórias acabaria.
Algumas das crônicas são melhores do que outras, mas seria injusto falar que algumas são piores. Na prática, pode até ser a mesma coisa, mas eu quero evitar ao máximo colocar uma conotação negativa aqui. Talvez a história menos boa seja a do restaurante, mas ainda assim ela é excelente. Pessoalmente, a do casamento é a minha favorita, fechando o filme com chave de ouro. Contudo, todas me deixaram intrigado e com os olhos presos na televisão.
Esse longa argentino possui várias virtudes. A mais óbvia delas eu já falei – a capacidade de entregar eventos originais, sem relação um com o outro, mas que claramente fazem parte de um mesmo universo criativo com alto teor de crítica social e sarcasmo.
As interpretações contribuem muito para que a estrutura funcione, assim como a dinâmica direção de Damián Szifron, que também assina o roteiro. Ainda tem a cereja do bolo personificada pela trilha sonora de Gustavo Santaolalla, compositor de O Segredo de Brokeback Mountain e de The Last of Us, tanto os games quanto a série.
Relatos Selvagens é um dos melhores filmes que eu já vi quando o assunto é narrativa. O roteiro é debochado, irônico, engraçado e coeso, com histórias absurdas contadas com primazia e uma imersão absoluta que se supera a cada ato.
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?