• Vai e vem
Após construir uma carreira exitosa como tenista, Art é incentivado por sua esposa Tashi a disputar um torneio de nível inferior pra recuperar a própria confiança, mas tudo muda quando ele enfrenta o velho amigo Patrick.
Dirigido por Luca Guadagnino, de Me Chame Pelo Seu Nome, Rivais é um filme pra lá de provocativo. Se você procurar pela definição da expressão “tensão sexual”, aparecerá esse longa. O elenco não tem tanta gente conhecida do grande público, com exceção de Zendaya, mas todos os atores se encaixam muito bem com a proposta.
Você pode até começar Rivais imaginando se tratar de um filme de esporte, mas não é bem assim. Temos aqui um triângulo amoroso cujas emoções mais intensas se manifestam através das raquetes, e a direção se esbalda na tarefa de desenvolver tais metáforas. A edição é primorosa, a melhor que eu vi em algum tempo, pois usa a dinâmica do vai e vem de uma bola na quadra de tênis pra narrar uma trama que aborda parceria, sexualidade, inveja e ambição.
É verdade que a maior qualidade de Rivais, a provocação constante, às vezes vai além do necessário. No terceiro ato, a tensão entre o trio principal chega ao ponto de ebulição, e eu considero que não era mais preciso esticar determinados momentos. Isso fez com que a reta final da partida, literal e metaforicamente, ficasse meio cansativa.
O roteiro se aproveita muito dos contrastes. Como gelo e fogo, Art e Patrick não poderiam ser mais diferentes entre si. A paixão pelo mesmo esporte e pela mesma mulher os une e também é responsável pela gradativa separação. E, novamente, a montagem do filme aparece pra traçar paralelos brilhantes entre o que tá acontecendo no jogo decisivo e o que ocorreu no passado dos tenistas. Também fiquei impressionado com o “rejuvenescimento” dos atores, que abdica dos excessos e se destaca pela naturalidade.
Rivais é um filme sobre esporte, mas não só sobre esporte. É um filme sobre tensão sexual, mas não só sobre tensão sexual. É um filme sobre amizade e rivalidade, mas não só sobre amizade e rivalidade. Com direção e edição impecáveis, é um longa provocante que brinca sem parar com os arquétipos de submissão e dominação.
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