• Ambição desenfreada
Donald Trump quer ascender no mundo dos negócios. Com a ajuda do advogado Roy Cohn, o empresário busca realizar o sonho de construir um prédio majestoso em Nova York.
Este filme, como era de se esperar, gerou bastante polêmica nos Estados Unidos. A equipe teve dificuldades em encontrar uma distribuidora local, e por isso a data de estreia foi adiada várias vezes. Coincidentemente, O Aprendiz foi lançado nos EUA às vésperas das eleições, que proclamaram o próprio Donald Trump como presidente novamente.
Com direção de Ali Abbasi, O Aprendiz tem algumas semelhanças com O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese. Em ambos, nós acompanhamos um empresário megalomaníaco e sem escrúpulos fazer de tudo pra alcançar o sucesso. Os protagonistas desses filmes passam longe de ser heróis, mas também não são tratados como vilões clássicos. São seres humanos ambiciosos e que se corrompem na busca pelo poder. Temas como sexualidade, bebida, sexo e drogas aparecem com muita frequência nas tramas.
O ator Sebastian Stan, que interpreta Trump, tá muito bem no papel. Os seus maneirismos, o jeito de falar e os traços de comportamento lembram muito o do magnata real. Contudo, quem rouba a cena constantemente é Jeremy Strong, que dá vida a um advogado aparentemente frio e desprezível, mas com uma camada oculta de insegurança. Maria Bakalova, que vive Ivana, ex-esposa de Trump, também faz bem o seu trabalho.
O estilo de filmagem simula um documentário em alguns momentos, com uma câmera instável e enquadramentos que parecem quase proibidos. É um filme de boa edição, cujos eventos vão se sucedendo de maneira orgânica, sem deixar a experiência cansativa ou excessivamente caricata.
O Aprendiz com certeza não agradará os fãs mais fervorosos de Donald Trump e usa licença poética e dramatização pra retratar uma das pessoas mais controversas dos dias atuais. É um filme de ótimas atuações e um sólido roteiro, que adota uma estrutura de ascensão e queda, mas com a ausência de um declínio absoluto.
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