• Fama animalesca
Representado por um macaco, Robbie Williams narra a sua carreira desde o início, como um membro de boy band, até o topo da música pop britânica.
Eu dei play neste filme jurando que contaria a história daquele ator que fez Sociedade dos Poetas Mortos. No momento em que a primeira cena começou, percebi que tinha confundido com o Robin Williams. Eu pouco sabia sobre a vida do cantor Robbie Williams antes de Better Man, então todas as coisas foram novidades pra mim.
Este foi um dos filmes que mais me deixaram imerso neste ano. A princípio, a ousada proposta parece excêntrica até demais – por que diabos contar a biografia de um artista como se ele fosse um macaco? Eu não tenho problemas com abordagens diferentes, mas fiquei curioso pra ver como funcionaria a dinâmica. E não só ela funciona dentro daquele contexto, como também enriquece a experiência.
A montagem de Better Man é fantástica. O enredo da busca pelo estrelato é comum no gênero, mas há um charme indiscutível neste filme. É como se eu tivesse sido engolido pela trama e o mundo real não existisse mais, tamanho envolvimento que me trouxe. A história é muito bem contada, e as sequências musicais têm ótimas canções e excelentes coreografias. Só a parte de “Rock DJ” já é melhor do que Emilia Pérez inteiro, por exemplo.
O roteiro sabe o que deseja ser. O diretor Michael Gracey, de O Rei do Show, tem plena consciência de quando diminuir o ritmo e de quando acelerá-lo. Há momentos que necessitam do drama, e cenas em que a comédia se encaixa perfeitamente. Tudo isso, em meio a uma criatividade visual que pra mim é um dos segredos pra um musical conseguir ser original.
Better Man: A História de Robbie Williams é ousado e transforma uma ideia potencialmente absurda em algo sem precedentes. É um musical de batidas narrativas bastante familiares, mas com uma autenticidade tão pulsante que até mesmo os eventuais clichês ganham novo significado. Eu definitivamente não esperava que este se tornaria um dos meus filmes favoritos do ano passado.
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