Drama, Séries

The Pitt: 1ª Temporada (2025)

the pitt

• Estresse ininterrupto

Desde que eu criei o blog, eu tenho uma “regra” de nunca dar nota máxima pra nenhuma temporada de série. Não porque eu quero ser estrelinha, mas sim porque sempre encontro pelo menos uma coisinha que me faz abaixar a nota. A mais alta que eu tinha alcançado até hoje foi 4,9/5. Pela primeira vez na história do Pitacos do Leleco, vou avaliar algo como 5/5. É possível argumentar que algumas temporadas de séries como Breaking Bad e Game of Thrones tiveram picos de qualidade mais altos, mas eu sou um cara que prezo bem mais pela regularidade – e The Pitt me entregou exatamente isso.

 

Sinopse

O Pittsburgh Trauma Medical Hospital é um pronto-socorro que recebe os mais variados tipos de pacientes. No primeiro dia de alguns residentes e estudantes, o plantão de 12 horas fica cada vez mais caótico até deixar todos os funcionários à beira de um colapso físico e mental.

Eu jamais conseguiria trabalhar com isso

Crítica

Eu fiz questão de assistir a essa série ao lado da minha namorada, que é enfermeira. Eu tinha ouvido falar que The Pitt era uma das representações mais fiéis de um hospital de emergência na ficção, com técnicas que condizem com a realidade e poucas liberdades criativas quanto ao modo como as coisas são feitas. Minha namorada confirmou isso pra mim ao longo dos episódios, por mais que aqui e ali ela encontrasse algumas coisas que fugissem ao que deveria ser feito em determinadas situações – como por exemplo uma pessoa passar mais de 20 minutos fazendo reanimação. Isso não seria permitido, mas serviu a um propósito narrativo na série.

Independentemente desses fatores, que sem dúvida alguma impressionam pelo cuidado dos roteiristas, The Pitt é um excelente drama médico. Nos primeiros episódios, fiquei um pouco perdido com a quantidade de nomes e funções diferentes, até porque o ritmo da narrativa é bem acelerado. A história dá poucos momentos de trégua, pois o hospital tá lotado e, assim que um paciente é liberado, outro é admitido. Às vezes, chega alguém gravemente doente sem que os casos anteriores tivessem sido resolvidos.

Mesmo diante dessa dinâmica, a série ainda consegue aprofundar cada um de seus personagens através do jeito com que cada um lida com certas situações, dos diálogos e de alguns breves flashbacks, no caso do protagonista Robby. E o mais impressionante é que a temporada inteira se passa em um único dia, um único plantão. Ainda assim, ao final do último episódio, a impressão é de que eu conhecia a fundo todo mundo, me importando até com aqueles de personalidade mais complicada, como a médica Santos.

Um outro fator que deixa a experiência de The Pitt imersiva é a trilha sonora praticamente “inexistente”. A série abre mão de canções, até mesmo instrumentais, e aposta na falta da música e no barulho constante de aparelhos, profissionais agitados e conversas espalhadas pelos corredores. A câmera também passeia por todos os quartos, nunca ficando tempo demais em cima de algum personagem. A transição entre as cenas é tão bem feita que, quando um capítulo acaba, a sensação é de que podemos finalmente respirar fundo.

Impossível não lembrar da manobra do Michael Scott em The Office

Veredito

Fazia tempo que eu não me impressionava tanto com uma série, do início ao fim. A temporada de estreia de The Pitt não tem nenhuma ponta solta – se tiver, eu particularmente não notei. Tudo funciona, desde o texto à direção, com interpretações irretocáveis e uma história tão bem amarrada que eu me via com vontade de maratonar os episódios a todo instante. Sempre que chegava a hora de assistir, me batia a sensação de empolgação por voltar àquele hospital cheio de intercorrências.

Parecendo um episódio de The Walking Dead

 

+ Melhor personagem: Michael “Robby” Robinavitch
The Pitt é o tipo de série em que você poderia escolher qualquer personagem como o melhor e estaria tudo bem. Melissa (a minha segunda favorita), Dana, Langdon, Samira… todo mundo tá muito bem. Escolhi o Robby por causa da impressionante atuação de Noah Wyle e por carregar o peso do protagonismo com muita eficiência.

Quem vê esse rosto aparentemente tranquilo nem imagina…

+ Melhor episódio: S01E08 (“2:00 P.M.”)
Esse capítulo conta com um dos momentos mais impactantes da temporada, mas destaco também os últimos três episódios.

Time dos sonhos

 

CURIOSIDADES

  • Noah Wyle, de ER, voltou a estrelar uma série de drama médico 16 anos depois. Fãs lhe mandaram mensagens durante a pandemia e o inspiraram a se reunir novamente com produtores de ER pra criar The Pitt.
  • O elenco treinou por duas semanas com médicos de verdade pra aprender técnicas de emergência e deixar a série o mais realista possível. Diversos profissionais da saúde estão envolvidos em cada episódio.
  • Os episódios de The Pitt foram filmados em ordem cronológica e montados como uma peça de teatro. Todos os atores precisavam passar o dia inteiro no set, mesmo se aparecessem só de relance.
  • Pra criar um ambiente quase familiar, celulares foram banidos do set. Em vez disso, os atores eram incentivados a conversar e ler. O elenco chegou até a montar uma pequena biblioteca ali perto.

 

FICHA TÉCNICA

Nome original: The Pitt
Duração: 15 episódios
País: EUA
Criador: R. Scott Gemmill
Diretores: Damian Marcano, Amanda Marsalis, John Wells, John Cameron, Quyen Tran, Silver Tree
Elenco principal: Noah Wyle, Patrick Ball, Katherine LaNasa, Supriya Ganesh, Fiona Dourif, Taylor Dearden, Isa Briones, Gerran Howell, Shabana Azeez

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota das temporadas, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: Gabarito do Leleco

Nota nº 4: pra saber sobre quais séries e temporadas eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco

Nota nº 5: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

 

OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO

 

  • Eu, assim como todo mundo, comecei a série odiando a Santos e seus apelidinhos pros colegas. Acabou que no final eu acabei me acostumando a ela. E, por mais que parte dela tenha dedurado o Langdon por razões pessoais, não era a Santos a errada da história, né? O que é uma pena, porque eu gostava bastante do Langdon. Espero que ele encontre um jeito de voltar pra próxima temporada, livre do vício e do roubo de remédios.
  • Cara, eu sempre sorria com as cenas da Melissa. A maneira como ela trata os pacientes, a relação dela com o Langdon, o conhecimento e segurança ao fazer os procedimentos… e pensar que a atriz é filha do Bryan Cranston, ninguém menos do que o Walter White de Breaking Bad. Que família talentosa!
  • Pesado demais o ex-enteado do Robby perdendo a namorada no tiroteio daquele jeito. E o discurso do Robby de que ele se lembrará dela muito depois do Jake ter esquecido foi muito forte. Parecia que a qualquer momento o Robby desabaria, dava pra ver nos olhos do personagem que isso eventualmente iria acontecer. E achei legal que quem o ajudou foi a pessoa mais improvável, o Whitaker.
  • E por falar no Whitaker, adorei a bobeirinha de vê-lo sujando a roupa repetidas vezes naquele episódio.
  • São tantas partes que eu gostaria de comentar aqui, mas se eu fosse citar todas, o texto ficaria ainda maior do que já está. Entre as coisas que eu gostaria de abordar, fico pensando na Collins acordando no dia seguinte e vendo o que ela “perdeu” ao não ter estado presente depois do tiroteio. A famosa lei de Murphy.
  • Petição pra caçar e agredir o homem que bateu na Dana: 1 membro.

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).