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AnáliseRicardo #28 – Gladiador II é um entretenimento de altíssima qualidade

gladiador ii ricardo

• Eco pela eternidade

Se tem uma coisa que o cinema faz bem é misturar história e ficção de um jeito que deixa a gente grudado na cadeira. Gladiador é um clássico que fez isso muito bem, apesar de algumas derrapadas. Mas será que a sequência, Gladiador II, conseguiu manter o nível?

Te adianto: conseguiu. Mas, como sempre, tem coisas para a gente conversar. Então, segura aí. Será que Ridley Scott ainda tem gás pra contar histórias épicas? Bora descobrir!

Antes de mais nada, se você gostou do primeiro filme, chances são de que vai curtir esse também. Ele tem aquele mesmo DNA de entretenimento de qualidade. Mas deixa eu ser honesto: o primeiro tinha problemas, hein? Montagem confusa, personagens secundários subaproveitados e um roteiro que, às vezes, parecia não saber para onde ir.

No entanto, Gladiador II conserta algumas dessas falhas que eu mencionei na minha crítica aqui. Não todas, mas algumas.

Se no primeiro filme o carisma do Russell Crowe segurava as pontas, aqui o Paul Mescal entra no protagonismo com uma responsabilidade gigantesca. E olha, o cara entrega!

Vamos começar pela fotografia. John Mathieson, que já trabalhou no primeiro Gladiador e em outros filmes como Logan, faz um trabalho preciso aqui. As cenas de batalha são visualmente compreensíveis e bem compostas, algo que o primeiro filme sofreu para entregar por causa da edição.

Joseph Quinn, que interpreta o Imperador Geta

Agora, sobre edição e montagem… aí a coisa complica um pouco. Dá pra perceber que tinha muita história pra contar, muitos personagens e arcos pra acompanhar. E quando isso acontece, o editor sofre, né? O que a gente vê aqui, às vezes, parece uma versão ‘melhores momentos’ da história.

Falando em personagens, preciso destacar o Denzel Washington. O Macrinus dele é aquele tipo de personagem que rouba a cena. Sabe quando o cara não tá na tela, mas você fica pensando ‘como ele agiria nessa situação’? É isso.

Sem surpresa nenhuma, né? O Denzel é um monstro da atuação. Mas aqui ele parece estar se divertindo mais do que nunca. E quando o ator tá curtindo, isso transparece na tela.

Já o Paul Mescal, que mencionei mais atrás, tem um desafio enorme: sustentar o protagonismo num filme que carrega o peso do original. Ele tem poucas falas, mas quando fala, a mensagem “ecoa pela eternidade”. Pelo menos a eternidade daquele filme. É uma atuação precisa, quase como as ações de um gladiador em combate.

Ridley Scott, aos 86 anos, mostra que ainda sabe como construir um épico. Ele dá espaço para a equipe brilhar, mas sem perder a essência que fez do primeiro Gladiador um marco. A direção aqui não é revolucionária, mas é sólida. E isso faz diferença.

Já o roteiro… é aqui que as coisas ficam complicadas. Ele tenta explorar os personagens, mas nem sempre dá as ferramentas necessárias pra isso. Fica aquela sensação de que tinha mais história pra contar, mais arcos pra desenvolver, mas eles ficaram pelo caminho. Uma pena.

Mesmo assim, Gladiador II é uma aventura incrível. Ele abraça mais o fantasioso do que o primeiro, o que, na minha opinião, foi um grande acerto. O filme tropeça aqui e ali, mas nenhum desses tropeços atrapalha a experiência geral.

Se você curte uma boa mistura de história e ficção, Gladiador II entrega o que promete. Não é uma obra-prima, mas é entretenimento de altíssima qualidade. E você, já assistiu?

 

Ricardo Gomes
O Sharkboy que se formou em Jornalismo e ama o cinema

 

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Este texto faz parte de um quadro de colaborações com outros redatores. O artigo não foi escrito pelo maravilhoso Luiz Felipe Mendes, dono do blog, e não necessariamente está alinhado às ideias dele.

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).