• A arte no conflito
Artistas ucranianos lutam pra manter as suas criações vivas em meio à guerra contra os russos.
Há poucos dias, eu escrevi a resenha de No Other Land e mencionei que dificilmente um filme indicado à categoria de Melhor Documentário no Oscar é ruim. Guerra da Porcelana é uma das exceções mencionadas, com algumas boas ideias, mas uma narrativa confusa e que não sabe onde se concentrar.
Depois de passear por diferentes gêneros, eu e meus amigos Ricardo, Quiste e Brenno aproveitamos o ensejo do Oscar e assistimos juntos ao nosso primeiro documentário no Clube de Cinema. Com menos de 1h30 de duração, não esperávamos que o ritmo de Guerra da Porcelana fosse tão vagaroso.
A temática do filme é forte e relevante: a Guerra da Ucrânia, sob a perspectiva de pessoas comuns obrigadas a se tornarem soldados contra profissionais treinados. Eu gostei bastante de 20 Dias em Mariupol, por exemplo, que firma os pés no início do conflito. Guerra da Porcelana vai além e mostra as semanas subsequentes e como a rotina dos cidadãos foi subitamente alterada.
Os depoimentos dos personagens são interessantes, mas poderiam ter sido mais aprofundados. O grande problema é que o filme não sabe o que deseja ser. Ele não faz ideia se quer traçar alegorias entre arte e guerra, mostrar as batalhas em si ou contar a história de indivíduos reais lidando com as mudanças. É claro que daria pra trabalhar todas essas questões no documentário, mas a ausência de um fio condutor prejudica o longa.
Pra ser justo, algumas cenas são realmente boas. Há uma sequência de bombas sendo lançadas, do ponto de vista aéreo, que eu nunca havia visto antes, e declarações impactantes dos personagens. Porém, eu terminei o documentário com o mesmo tanto de conhecimento da Guerra da Ucrânia que eu tinha antes de assisti-lo. Em outras palavras, foi um conteúdo que não me acrescentou quase nada.
Guerra da Porcelana tem uma boa premissa e assuntos pertinentes ao nosso momento histórico atual, mas, como filme, falha em cumprir os seus objetivos narrativos e acaba sendo um aglomerado meio aleatório de ideias.
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NOTAS
Leleco: 2,0/5
Brenno: 2,5/5
Quiste: 3,0/5
Ricardo: 2,5/5
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Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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