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CurtinhasdoLeleco #173 – Um Completo Desconhecido (2024)

um completo desconhecido

• Incógnita dos palcos

O jovem Bob Dylan tem uma ascensão meteórica no universo da música folk. Em meio a tanta aclamação, ele permanece um mistério ambulante, sobretudo em sua vida pessoal.

Biografias de artistas musicais viraram moda no cinema. Bohemian Rhapsody, Rocketman, Elvis e One Love são alguns dos exemplos mais recentes, e Um Completo Desconhecido poderia facilmente cair nas mesmas armadilhas. Mas, para o bem ou para o mal, ele não se contenta em fazer o que outros já fizeram antes.

A vida desses artistas muito famosos é relativamente parecida. Há uma infância com prováveis traumas, relação turbulenta com os pais, início de carreira modesto, estrelato regado a drogas, declínio e a volta por cima rumo à estabilidade.

Aqui, esse modelo não é tão telegrafado, o que pode ser visto como um defeito. Isso porque, se você tem a pretensão de assistir a Um Completo Desconhecido pra conhecer mais sobre Bob Dylan como ser humano, não só como músico, esqueça. Como o próprio título diz, o protagonista é um enigma do começo ao fim, com momentos pontuais de vulnerabilidade. Nada descobrimos sobre seu passado, e o recorte de tempo é reduzido. Por esses motivos, entendo que a experiência pode ser frustrante.

Pra mim, aconteceu o contrário. Eu já tô meio cansado dessa estrutura narrativa de biografias, e este filme é uma lufada de ar fresco. A ótima direção de James Mangold emula uma espécie de amontoado de clipes, quase como se fosse um musical. Na verdade, parece mais um filme conceitual concebido pelo próprio artista.

O elenco é fenomenal. Timothée Chalamet mostra mais uma vez a sua versatilidade e é engolido pela persona de Bob Dylan. Monica Barbaro, Elle Fanning e Edward Norton interpretam bons coadjuvantes, e Boyd Holbrook tá irreconhecível como Johnny Cash.

Um Completo Desconhecido não é a biografia padrão a que estamos acostumados, e isso pode ser uma bênção ou uma maldição – depende do gosto de cada um. Contudo, uma coisa é certa: se você não curte as músicas de Bob Dylan, é possível que em algumas partes a trama pareça empacada. Pra mim, encaixou que é uma beleza.

Não tinha medo o tal João de Santo Cristo ♫

 

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).