• Uma baita surpresa
Opa, bão?
Que filme é esse que eu vou falar? Eu confesso que também não estava sabendo quando decidi assistir a ele, o que me deixou ainda mais surpreso foi quando eu terminei o filme e pensei: cacete, eu preciso falar sobre esse filme.
Então vamos lá conversar sobre Thelma.
Eu normalmente não falo sobre a sinopse do filme, mas como é bem desconhecido, acho que aqui vale.
Thelma é uma avó que mora sozinha e tem algumas dificuldades para lidar com as máquinas. Em uma tarde, um garoto liga pra ela e fala que é o neto e que ele foi preso, precisando de dinheiro para sair da cadeia. Depois de verem que foi um golpe e que talvez ela não devesse estar só, a família coloca as opções à mesa para ver o que fazer com a Thelma. Já ela, quando percebe isso, decide mostrar que ainda dá conta de fazer algumas coisas.
É bem superficial para não te antecipar algumas situações. Eu acho que vale a pena mais do que ir sabendo, não porque o spoiler vá estragar o filme, mas porque vale a pena assistir sem saber de nada.
Eu adoro essas comédias leves e simples. O personagem só tem uma missão e é isso que a gente acompanha aqui em Thelma.
O que nos faz conectar com o filme logo de cara são as situações iniciais. Uma família preocupada com sua matriarca, um golpe que tá muito provável de acontecer… Assim, isso já nos aproxima da jornada da Thelma, mas quando a gente lembra dos nossos velhos na pandemia aprontando horrores, o que vem depois é bem mais provável do que parecia acontecer.

Essas situações, e transformar o filme em filme de situações, são os maiores acertos desse roteiro para mim. Cada uma dessas situações são relevantíssimas para a trama e para a nossa investida nessa aventura da Thelma.
Isso sem contar o seu debate sobre subestimar os idosos. Eu já falei, mas quem teve um velhin para cuidar ou acompanhou de perto um velhinho na pandemia sabe do que eles são capazes.
Outros momentos estão com a fotografia. Eu destacaria o trabalho com as cores aqui, mas para mim, o que se destacou foram as lentes utilizadas, principalmente quando falamos das cenas com uma objetiva grande-angular, mostrando, por vezes, o quanto aqueles ambientes parecem grandes demais para a nossa protagonista. Isso sem contar quando o foco permanece só na Thelma para refletir o quanto ela tá focada apenas nessa missão pessoal.
Só que ainda tenho duas coisas para destacar aqui: a atuação e a direção.
Na direção do Josh Margolin, o destaque está pela sensibilidade e a comicidade que ele propõe visualmente em cena, aproveitando cada situação criada pelo roteiro. É mais um nome para ficar de olho nos próximos projetos.
Só que, mais do que esse trabalho de direção, o maior destaque está para a atuação da June Squibb. Ela tem um carisma tão grande que consegue direcionar nosso olhar para ela a cada momento em que se coloca à frente da câmera.
É um trabalho sensacional da equipe como um todo para destacar a Thelma e sua jornada, a June Squibb sabe aproveitar todo esse apoio e brilhar com sua personagem.
Thelma é divertido, principalmente quando pergunta por que o “Zuckenborg” deixou aquilo acontecer, e simples. Cada passo que a nossa protagonista dá em direção ao seu objetivo é um ânimo a mais na minha torcida pelo sucesso dela.
Anota o nome do filme aí, se você não viu ainda, e depois me conta como foi a sua experiência com Thelma.
Ricardo Gomes
O Sharkboy que se formou em Jornalismo e ama o cinema
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Este texto faz parte de um quadro de colaborações com outros redatores. O artigo não foi escrito pelo maravilhoso Luiz Felipe Mendes, dono do blog, e não necessariamente está alinhado às ideias dele.