• Um time de ratos
Por causa de toda a bagunça do Universo Estendido da DC e a saturação de filmes de super-heróis ao longo dos anos, eu meio que abandonei o DCEU. Eu sabia que algum dia retomaria, porque não consigo deixar as coisas inacabadas, mas demorou mais do que eu pensava. Agora, a poucos dias do lançamento de Superman, que vai dar início a uma nova franquia cinematográfica da DC, decidi que era hora de finalizar de vez a anterior. Por isso, cá estou eu pra escrever sobre O Esquadrão Suicida.
Sinopse
Um grupo de bandidos é enviado pela agente Amanda Waller pra um país fictício chamado Corto Maltese, com a missão de destruir uma instalação nuclear e impedir que o regime militar recém-instaurado no local ameace a soberania dos Estados Unidos. A missão ganha novos contornos quando uma fera extraterrestre entra em pauta.

Crítica
O Esquadrão Suicida é uma mistura de sequência e reboot do controverso Esquadrão Suicida, que tinha uma ideia legal, bons atores e uma identidade visual marcante, mas, muito por conta da interferência do estúdio (embora não tenha sido só isso), transformou-se em uma piada, com momentos risíveis. Pra recuperar a marca, James Gunn foi contratado devido ao seu trabalho com a trilogia de Guardiões da Galáxia no MCU, e a jogada deu bastante certo.
No filme dirigido por David Ayer, um dos defeitos foi a relação mal trabalhada entre os personagens. Não havia uma cola que os unisse a ponto de transformá-los em uma família, como o próprio Diablo afirma no terceiro ato. Em O Esquadrão Suicida, as interações são bem mais naturais e dá pra sentir o respeito e a afeição crescentes uns pelos outros à medida que a trama avança. Além disso, o tom mais despretensioso ajuda a acertar o tom cômico do filme, ao contrário da bagunça estrutural de Esquadrão Suicida.
James Gunn acerta em cheio na qualidade que (quase) todo filme de super-herói deveria ter: ser divertido. Pra melhorar, O Esquadrão Suicida consegue isso não apenas repetindo fórmulas já vistas no gênero, mas também tendo ideias originais. E, mesmo quando não são originais, são tão bem aplicadas que isso acaba não fazendo diferença.
As cenas de ação são ótimas. A minha preferida é a sequência da Arlequina na cadeia, que me lembrou o subestimado Aves de Rapina. Mas ela não é a única – cada personagem tem um design único de assassinatos, o que faz com que eles funcionem como time ao se complementarem. Na parte do enredo em si, não há nada demais no texto, mas o roteiro reserva algumas pequenas surpresas que fazem valer a pena o tempo investido.

Veredito
O Esquadrão Suicida é um dos melhores filmes do Universo Estendido da DC, por mais que isso não signifique muita coisa. Conceitualmente, ele acerta no tom e consegue ser engraçado sem se tornar bobo, pois utiliza as bobeiras a seu favor. Com exceção de algumas partes que me desconectaram um pouco, é um longa que mantém o nível de entretenimento lá em cima do começo ao fim.

Melhor personagem: Caça-Ratos 2 (menção honrosa à Arlequina)
Olha, o James Gunn disse que ela é o coração do filme, então quem sou eu pra discordar? Mas falando sério, gostei muito de como a personagem foi trabalhada. Eu não dava nada por ela, nem a conhecia, e gostei de como a história jogou os holofotes nela e subverteu as expectativas. Arlequina seria a escolha óbvia, e poderia facilmente ter ganhado aqui.

Maior surpresa: Sanguinário
Normalmente, eu vejo o Idris Elba sendo usado em papéis mais sóbrios, mas gostei de como aproveitaram o lado mais cômico do ator na medida certa. E eu gosto muito de personagens líderes, então vale o destaque.

CURIOSIDADES
- Na cena em que a Arlequina pega as chaves de um guarda com os pés e destranca as algemas, a atriz Margot Robbie não utilizou dublês e realizou a cena ela mesma.
- O diretor James Gunn não precisou de muito pra convencer Stallone a dublar Nanaue. Ele disse apenas que o personagem era um tubarão forte e devorador de pessoas, e o ator topou.
- Inicialmente, Idris Elba foi contratado pra substituir Will Smith como o Pistoleiro, mas, pra deixar aberta a possibilidade do retorno de Smith, Idris interpretou o papel de Sanguinário.
- Starro foi o primeiro vilão da história da Liga da Justiça nos quadrinhos, mas jamais tinha sido utilizado em uma adaptação cinematográfica antes de O Esquadrão Suicida.
FICHA TÉCNICA
Nome original: The Suicide Squad
Duração: 2h12
País: EUA
Diretor: James Gunn
Elenco principal: Margot Robbie, Idris Elba, Viola Davis, John Cena, Daniela Melchior, David Dastmalchian
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OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO
- Um minuto de silêncio pelas mortes de Rick Flag, Bolinha, TDK, Blackguard, Sábio, Pensador e Milton, entre tantos outros. Pelo menos o GOAT, mais conhecido como Doninha, sobreviveu.
- Eu gostei muito do fato da Caça-Ratos 2 ter sido a grande responsável por derrotar o vilão. Cada um teve a sua parcela de heroísmo, claro, e a Arlequina deu praticamente o golpe final, mas nada teria sido possível sem o ataque de leptospirose. No final das contas, o papel do Sanguinário foi de potencializar seu grupo, e não de ser o mais poderoso. Legal isso.
- Me surpreendi com o Pacificador sendo tão cuzão com a questão de proteger os segredos dos EUA. Como eu vi esse filme em 2025, sei que o personagem tem uma série e que todo mundo adora, mas não imaginava que o seu desfecho em O Esquadrão Suicida fosse tão sombrio.
- Eu seria amigo do Nanaue, e vocês? Talvez não chegasse muito perto dele, mas beleza.
- Sobre a Arlequina: eu confesso que estava com um pouco de preguiça de seu arco narrativo com o presidente golpista lá, mas, a partir do momento em que ela o matou, a personagem voltou a ganhar força. E o bom é que o filme não se apoiou totalmente na popularidade dela, mas sim a utilizou como uma das engrenagens funcionais da trama.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?