• O poder do diálogo

O problemático e brilhante Will trabalha como faxineiro e leva uma vida desregrada, até que um professor enxerga potencial nele. Mas, pra poder deslanchar de vez, Will vai precisar ter consultas com um psicólogo.

Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original de 1998, Gênio Indomável foi muito bem escrito por Matt Damon e Ben Affleck, que na época eram artistas desconhecidos do grande público. Com o passar dos anos, o filme provou que marcaria seu espaço na história do cinema, e até hoje é referenciado por suas cenas e atuações, principalmente de Robin Williams, que levou a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante pra casa – Matt Damon e Minnie Driver também foram indicados por suas atuações, mas não ganharam.

A trama de Gênio Indomável é bem desenhada e aproveita uma fórmula que dificilmente dá errado. Todo mundo gosta desse tipo de história, da pessoa que é desacreditada e acaba deixando no chinelo os mais poderosos e intelectuais. É a boa e velha narrativa do azarão, então a ideia inicial por si só já é capaz de atrair o espectador.

Só que o filme é bem mais do que isso. O enredo fala sobre amor, desprendimento, sonhos, orgulho, trauma. Mas, acima de tudo, sobre o impacto que um ser humano pode gerar em outro. Neste caso, um impacto positivo, credenciando Gênio Indomável como uma história inspiradora e que discorre sobre como o ambiente social em que estamos inseridos é determinante pro nosso futuro.

E, voltando ao segundo parágrafo, o filme é recheado de cenas inesquecíveis. As improvisações do elenco, a piada contada pela personagem de Minnie Driver, a lição de vida do homem interpretado por Ben Affleck ao abrir mão do egoísmo, em prol de ver o melhor amigo decolar, o psicólogo de Robin Williams falando sobre culpa… e várias outras.

Gênio Indomável foi colocado entre os 20 filmes mais superestimados da história pela revista norte-americana Premiere, mas eu discordo veementemente dessa opinião. O longa pode até conter elementos familiares, mas o roteiro bem estruturado, os ótimos diálogos e as sublimes interpretações fazem valer (e muito!) a pena.

CURIOSIDADES

• Em 2014, após a morte de Robin Williams, o banco em que se passa uma importante cena do filme virou uma espécie de memorial informal em homenagem ao falecido ator.
• A história que Sean conta a respeito dos gases de sua esposa foi improvisada por Robin Williams. A risada de Matt Damon foi genuína e a câmera tremida é um sinal de que o cameraman também estava rindo.
• No primeiro dia de filmagem, Matt Damon e Ben Affleck choraram de felicidade ao ver dois atores renomados, Robin Williams e Stellan Skarsgård, interpretando o roteiro escrito por eles.
• A personagem de Minnie Driver foi nomeada por causa da ex-namorada de Matt Damon, Skylar Satestein, que o deixou antes das filmagens. Durante a produção, Driver e Damon se envolveram romanticamente.

FICHA TÉCNICA

Nome original: Good Will Hunting
Duração: 2h06
País: EUA
Direção: Gus Van Sant
Elenco principal: Matt Damon, Robin Williams, Ben Affleck, Minnie Driver, Stellan Skarsgård, Casey Affleck, Cole Hauser

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