Séries, Suspense/Terror

Supernatural: 3ª Temporada (2008)

• Pactos e maldições

Aqui está mais uma vítima da crise dos roteiristas de 2007/2008.
Pra aqueles que não sabem direito o que foi isto, eu expliquei mais ou menos no pitaco da terceira temporada de Prison Break. Resumindo bem resumido, foi uma greve dos roteiristas americanos que afetou diversas séries, e Supernatural foi uma delas. Em razão disso, a terceira temporada da série tem somente 16 episódios, não os costumeiros 600 22.
Além do problema desta pequena crise, surge também a a maldição das terceiras temporadasNossa, Leleco, como assim a “maldição das terceiras temporadas”?? É literalmente o que está escrito no nome. Por alguma razão especial, talvez o alinhamento das estrelas relacionado com a simbologia do número 3 e o signo de peixes, várias séries possuem as terceiras temporadas como seu calcanhar de aquiles. Prison Break, Arrow, Dexter, Penny Dreadful e agora Supernatural são exemplos deste infortúnio.
Falando assim, parece que a temporada sobre a qual estou escrevendo é um fracasso total, uma vergonha interplanetária. Mas não é isso, meus lindos. Faz muito tempo que parei de assistir SPN,  justamente quando acabei a quinta temporada, por não me conformar que tinham desperdiçado um final tão perfeito daqueles. Por isso, fiz um pacto comigo mesmo (comigo mesmo, não com alguns certos demônios por aí) de que eu voltaria a assistir à série assim que fizesse o pitaco da quinta temporada. Por isso, não sei se a terceira é a mais fraca da série, mas das que eu vi até agora é a que fica mais atrás.
Entre os acontecimentos anteriores, tenho que destacar o “acordo” que Dean fez para salvar seu irmão – condenando assim sua própria vida – e a abolição da escravidão dos demônios perante os adoráveis portões do Inferno. Ou seja, os irmãos Winchester teriam que dobrar os seus esforços para salvar o mundo de todo o mal, com a ajuda de companheiros já introduzidos na trama, como Bobby e ahn, acho que só.
A fórmula já conhecida da série não mudou muito, como se fosse um jogo de videogame que zeramos 100%: há a história principal (que normalmente é mais interessante) e as missões paralelas. Para aproveitarmos toda a experiência disponível devemos concluir todas elas, ou no caso, assistir a todos os episódios.
Duas personagens importantes nos são apresentadas. Uma crítica comumente feita pelos fãs era a falta de presença feminina relevante em um mundo dominado por Deans, Sams, Azazels, Bobbys e Johns. Provavelmente por causa disso os produtores decidiram acatar o apelo da galera e nos presentear com Bela Talbot e Ruby – a primeira interpretada pela atriz da Maggie em TWD, Lauren Cohen, e a segunda por Katie Cassidy, a Laurel Lance de Arrow.
Como eu não sou muito de participar de fandoms ou acompanhar notícias de Supernatural, eu não fazia ideia de que na época em que a terceira temporada foi lançada essas duas personagens não foram muito bem recebidas. Isto pra mim foi uma surpresa, justamente por considerá-las os destaques da temporada, mesmo aparecendo em uns cinco episódios cada, no máximo.
Conversei com meu irmão sobre isso e ele disse que houve meio que um boicote às duas personagens, sendo que os produtores escutavam demais os fãs. Esta atenção para com o público pode sim ser uma coisa boa, mas de vez em quando a equipe responsável deve ter personalidade nas suas decisões, não sucumbindo à pressão de alguns meliantes que acharam Bela e Ruby personagens sem graça e superficiais. Elas podem até não ser as mais profundas da história, mas uma série como Supernatural não exige isso. O que me surpreendeu ainda mais foi o fato da crítica também cair matando em cima das duas, mas como o Brasil inteiro já sabe, um dos únicos portais de crítica que devem ser levados em conta é o blog do Pitacos do Leleco, não é mesmo?
A temporada reduzida de SPN obrigou a trama a andar um pouco mais rápido do que o normal, mesmo contando com os fillers. O foco total está no pouco tempo que Dean tem na Terra e nas ameaças demoníacas que foram libertadas, juntamente com um Sam mais dark e gótico, no sentido de ter uma maior frieza ao acabar com os inimigos.
É incrível como Dean é um personagem mil vezes melhor que o Sam, Sam ofensas. Mesmo sendo mais fechado, dá pra entender o porquê de grande parte dos telespectadores ter se interessado pela série por influência dele. Sam é legal e tudo o mais, mas seu irmão é muito mais carismático, mesmo com seu jeitão mais sério.
A terceira temporada de SPN conta com vários bons momentos. Um deles é mostrado no episódio 8, que não é lááá grande coisa, mas conta com uma cena bem legal dos irmãos Winchester quando crianças. Aliás, como eu já disse no outro pitaco, a maior qualidade da série é exatamente a química entre os dois protagonistas.
Mesmo com arcos sérios e ameaçadores, novos vilões amedrontadores e bastante drama, não poderiam faltar os costumeiros capítulos zoeiros e leves. “Mystery Spot” é o melhor deles, o meu favorito da temporada. Contudo, temos “Ghostfacers”, o qual conta com uma equipe caçadora de fantasmas que se tiver alguma semelhança com os Ghostbusters é mera coincidência.
A temporada se encerra com um cliffhanger, obviamente, deixando diversas pontas soltas para o futuro. Em geral, não foi uma temporada ruim, mas nitidamente abaixo das duas primeiras. Porém, considerando toda a greve de roteiristas, temos que reconhecer que Supernatural fez bem seu papel no terceiro ano de sua existência.

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Gente, eu realmente espero não ser o único que tenha gostado da Bela e ficado meio triste pela morte dela. Sim, ela era uma fdp, mas era muito legal vê-la só se importar com ela mesma.
  • Aquele episódio do sonho do Bobby foi muito foda. Um grande exemplo de que quando SPN quer, consegue entregar um negócio de qualidade.
  • AQUELE OUTRO LÁ DO SAM DECAPITANDO O GORDON TAMBÉM FOI MUITO LINDO, MEU DEUS.
  • Que bizarra aquela Lilith, credo. E que dozinha daquela menina da delegacia </3
  • O conceito dos Cães do Inferno é um dos mais interessantes que eu acho na série. Adoro quando eles exploram isso.
  • Ghost! Ghostfacers!
  • Que fofinho o Dean querendo roubar um presente para o Sam e este último dando o colar para o irmão. Vontade de apertar os dois.
  • Adorei também o ep da sorte e do azar, do pé de coelho lá. Muito bom, mano.
  • Não há nada mais assustador que crianças macabras. Sério.
  • Cara kkkkk aquele “Mystery Spot” é sensacional. Até hoje canto “Heat of the Moment” lembrando daquilo. Amei a figura do Trickster.
  • E a Colt está de volta. Que revólver poderoso.
  • Ai gente, o que será que vai acontecer com o Dean?? Era melhor terem matado o Sam

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Ruby
Cara, não sei. Nesta temporada foi difícil escolher o melhor, porque tá todo mundo mais ou menos no mesmo nível. Por isso, consultei meu irmão (que é fã de carteirinha da série) e ele falou que a Ruby é disparadamente superior. Então qualquer coisa briguem com ele.

Eu quando levanto de madrugada e preciso ir pra cozinha beber água

+ Melhor episódio: S03E11 (“Mystery Spot”)
Ainda que a terceira temporada esteja um degrau abaixo das outras, ela possui vários bons episódios, como o 3, o 7, 0 10 e o 12. Entretanto, o meu favorito e o que mais me diverti foi “Mystery Spot”, por isso é ele quem leva o prêmio pra casa.

Eu quando descubro quem comeu meu pedaço de bolo

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).