• Quem é o perigo?
Meus lindos, que saudadessssssss.
Era uma vez um garoto pitaqueiro que fazia questão de escrever PELO MENOS uma crítica por semana. Eis que este jovem menino começou a trabalhar. O expediente começou a tomar o tempo que ele usava para pitacar, e por isso passou mais de um mês sem colocar em prática seu enorme talento para a crítica. Sua última postagem foi no feriado de 15 de novembro, e desde então ele esteve ausente. Oh, meu Deus, e agora??
EU VOLTEI, GALERA. Bom, na verdade, pode ser que eu poste isto aqui e fique mais um mês sem aparecer, mas ESSA NÃO É A MINHA INTENÇÃO, JURO. Tenho agora ideias grandiosas para o blog. Não vou soltar spoiler do que vem por aí, mas digo que uma categoria vai ser quase um outro blog dentro desse blog, outra vai trazer coisas dinâmicas e prometo pensar em mais inovações que vão deixar até mesmo a Academia de Hollywood de queixo caído. Portanto, depois de enrolar pra caramba, aqui estou eu novamente para falar sobre séries. Quarta temporada de Breaking Bad, eu escolho você!
Bom, fazendo um apanhado geral da série, BB fala basicamente do quanto carecas estão em um nível superior na humanidade. Provavelmente o criador da série, Vince Gilligan, que estranhamente não é careca, quis dizer que quanto menos cabelo, maior a probabilidade de o cara ser poderoso. Walter White, Mike Ehrmantraut, Hank Schrader, Gus Fring, os primos gêmeos Salamanca, Jesse Pinkman a partir desta temporada – todos eles ou têm pouco cabelo ou não têm nenhum. Talvez as únicas exceções de personagens bons e com cabelo sejam Saul Goodman e Walter Jr. E a Skyler né, gente hehe não, pera
Na terceira temporada, Hank botou a pau na mesa e mostrou pros primos gêmeos que foda-se se eles conhecem o Tuco, pois ele é o Lineu da porra toda. Na quarta, o policial continua tentando descobrir quem diabos é “Heisenberg”, ainda que esteja debilitado devido aos acontecimentos da temporada passada. Por isso, Walt e seu patrão, Gus Fring, começam a ficar preocupados com o Carequinha do Bem, assim como Jesse Pinkman, que raspa a cabeça tentando colocar em prática a teoria reversa de Sansão. Este último, aliás, foi um dos destaques da temporada passada, protagonizando a última cena, um momento extremamente poderoso no qual ele atira em Gale, em uma das season finale mais chocantes das séries. Sério, a atuação do Aaron Paul (Jesse) naquela cena faz a gente sofrer junto com ele, dá pra sentir toda a tensão que levou àquele momento. Lembro de me sentir estranho por horas depois de ter visto, não consegui iniciar a quarta temporada logo de cara. Porém, iniciei, e isto nos leva a este pitaco.
Na minha humilde opinião, a season 4 de Breaking Bad é talvez a melhor da série. Algumas partes são arrastadas – característica da obra – e outras são até meio desinteressantes, como o núcleo de Skyler e Ted. Ah, vamo falar sério, quem quer saber da história deles sendo que tá cheio de conflito acontecendo com os principais personagens?? E isto é o que não falta na quarta temporada, senhoras e senhores. Conflitos.
Obviamente, a ligação entre Walt e Jesse vai ficando cada vez mais abalada. Consequentemente, a relação dos dois com o patrão Gus Fring se desgasta, o que vai criando tantos e tantos arcos que estes acabam se misturando com os dos outros personagens, como Hank, que, se estivesse brincando de “quente ou frio” em sua busca incessante por Heisenberg, estaria quase escaldando. A capacidade do agente de deduzir algumas coisas que quase ninguém pensaria é impressionante, ao mesmo tempo que chega a ser quase poético ele não perceber que existe um monstro logo abaixo de seu nariz.
Em questão de roteiro, atuações, detalhes e tudo mais, Breaking Bad dá de 10 a 0 na maioria das séries existentes na atualidade. Se você acha ela a melhor ou não, aí é outra história. Eu não acho, por exemplo, já afirmei aqui várias vezes que considero Sons of Anarchy superior. Contudo, uma coisa a gente tem de reconhecer: Breaking Bad é bem feita, bem escrita e bem produzida pra caralho.
Uma outra característica marcante da série e que felizmente está presente em todas as temporadas é a quantidade de cenas e momentos icônicos. Tantas particularidades da obra de Vince Gilligan, tantas frases que ficaram eternizadas na cultura pop e deram origem a inúmeras sátiras e referências. Uma das mais famosas acontece aqui nesta temporada, quando [pequeno spoiler, nada que estrague a história, apenas frases de um certo momento da temporada] Walt conversa com Skyler e diz que “quando alguém bate na porta e leva um tiro, ele não é o cara que leva o tiro, mas sim o que bate à porta”. Além disso, na mesma cena o Mr. White diz que ele não está em perigo, porque ele é o perigo. Sério, pode ser uma frase previsível, mas é sensacional [pequeno spoiler, nada que estrague a história, apenas frases de um certo momento da temporada].
Se você chegou na quarta temporada de Breaking Bad, a possibilidade de que esteja verdadeiramente decepcionado com a série é muito difícil. Claro que pode acontecer, até porque ninguém é obrigado a gostar de nada, né. Mas uma coisa eu digo: a quarta temporada da série é quase uma grande obra de arte, recheada de pequenas outras obras de arte. E elas valem muito a pena.
{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}
{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}
{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Acho que é praticamente impossível uma série orquestrar uma morte mais icônica, épica e espetacular que a de Gustavo Fring. Um senhor de sabe-se lá quantos anos, ex-criminoso, que nem falar fala e se comunica por um sininho, explodiu uma bomba que acabou com o maior distribuidor de drogas da cidade. Isto pode até já ser foda por si só, mas o Gus ainda tinha que sair calmamente pela porta com metade do rosto arrancado pela explosão, né? Séloko, que isso.
- Que trocadilho daora com o nome do episódio – “Face Off”. Pra quem não sabe, “face off” é uma expressão que em inglês quer dizer “embate”. Porém, se fôssemos traduzir ao pé da letra, seria algo como “rosto fora“, adaptando bem rudemente. Massa, não acham?
- Em compensação, pelamor de Deus aquela Skyler e aquele Ted, né? Uma acaba com o dinheiro que poderia ser usado para uma possível fuga e o outro tenta sair correndo e quase quebra o pescoço na parede. Se fizessem um spin-off deles, Didi e Zacarias poderiam ser convidados.
- De tanto querer roubar, a Marie poderia fazer estágio em Brasília HAHAHAHA critiquei muito a política brasileira agora hein, lacrei HAHAHAHA
- Walt falando pro Jesse que esperava encontrar o corpo dele numa vala foi pesado demais. Mas não menos pesado que ter envenenado uma criança com uma flor, incriminado outra pessoa para benefício próprio e tudo isso aliado ao fato de ter mentido para alguém que claramente se importa com ele. Porra, Waltin :/
- Pensar na morte do Gale estranhamente dá uma sensação ruim. Pelo contexto da série, realmente não havia escolha para Jesse, mas mano, o cara em si era inofensivo, apenas foi o cara errado na hora errada. Ai gente, triste demais. E olha que ele nem era um personagem principal.
- Cara, não tem como não dar o prêmio de melhor personagem pro Gus. O cara, além de morrer da maneira mais rockstar possível, acabou com o cartel mexicano do carinha que sacaneou com ele e matou um lek azarado na frente do Walt e do Jesse só pra mostrar que não tava de brincadeira. Tudo isso sem um pingo de expressão. Que homem!
- Como evitar que seu cunhado descubra que você é um mega traficante de drogas?? Isso mesmo, dirija com ele ao lado e bata o carro. Funciona 100% das vezes!
- Mano, não consegui gostar das cenas em que o Jesse tá doidão. Dá uma agonia enorme, uma melancolia que sei lá.
- Ricina é um nome tão Breaking Bad, né? Nem sei por que falei isso, mas beleza
- “Lily of the Valley” parece algo tão perigoso, fofo e enigmático. Perfeito pra ocasião.
- TÁ LIGADA, SKYLER HDTV? WALTER WHITE VENCEU GUS FRING, AEHO!
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Gus Fring (menção honrosa a Jesse Pinkman e também a Walter White)
Que personagem, que construção, que tudo. E palmas pro ator Giancarlo Esposito, que interpreta o personagem de um modo suave, suavecito meu deus eu to muito ruim hoje
+ Melhor episódio: S04E13 (“Face Off”)
Já gravado no hall da fama das séries de TV.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?