• De corpo e alma
Uma das coisas mais legais do cinema é a variedade de interpretações que um filme é capaz de transmitir. Alguns conseguem exercer melhor essa característica, enquanto outros são mais rasos nesse sentido. Pobres Criaturas é um daqueles exemplos de “ame ou odeie”, porque traz mensagens um tanto quanto controversas.
Bella Baxter não é uma pessoa convencional. Depois de ser trazida de volta à vida por um cirurgião excêntrico, ela começa a sentir vontade de conhecer cada vez mais o mundo, mas a maneira como a sociedade é construída tende a ser um grande obstáculo.
O diretor Yorgos Lanthimos não é famoso por construir histórias tradicionais. O Lagosta é um exemplo. Pobres Criaturas é uma nova adição a esse grupo, sendo intrigante e desafiador em medidas parecidas.
O estilo de fotografia é um pouco diferente do habitual e pode causar estranhamento nos primeiros minutos, mas a gente rapidamente se acostuma. O mesmo vale pra trilha sonora, com alguns toques estranhos e, de certa forma, incômodos, mas que fazem parte de toda a mitologia do filme. Sim, mitologia, porque temos cães com pescoço de ganso, galinhas com focinho de porco e cavalos sem corpo. Literalmente.
Tudo de esquisito que há em Pobres Criaturas é proposital; faz parte das intenções por trás do roteiro. E que roteiro! Pra mim, era impossível adivinhar qual seria o próximo passo da trama, pois ela sempre caminha de modo imprevisível. As atuações acompanham a qualidade do texto, com destaque óbvio pra Emma Stone, Willem Dafoe e Mark Ruffalo, nesta ordem.
No entanto, Pobres Criaturas não é um filme fácil. Pra poder aproveitar plenamente a experiência, dou uma dica: mantenha a sua mente aberta. O elemento do bizarro está presente em toda a duração, e pode ser um desafio de acompanhar. Se conseguir ultrapassar essa barreira, estará diante de um aglomerado de discussões pertinentes sobre sexualidade, moral, independência, psicologia e feminismo.
Pobres Criaturas pode até não ser unanimidade, mas, sem dúvida alguma, é a experiência mais multifacetada da temporada cinematográfica.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?